domingo, 7 de julho de 2024

Maxxxine

"Maxxxine", de Ti West (2024) Antes de "Maxxxine" estrear, saurgiram muitas críticas detonando o filme. Eu fui assistir esperando o pior para o final da trilogia e acabei gostando. Claro que eu esperava um desfecho mais sanguinolento e original, mas gosto desse empoderamento de uma final girl totalmente antiética e imoral: cheira horrores, mata sem pudor, espanca, xinga e não tem a mínica vontade de agradar ninguém, a não ser a quem lhe interessa para seu sonho de estrela: seu agente, seu público e sua diretora. O resto, literalmente, que se foda. A famosa trilogia, iniciada em 2022 com "X" e depois "Pearl", sedimentou definitivamente a carreira de Mia Goth como uma atriz de primeira grandeza, e muitos até apostavam em sua indicação ao Pscar por sua performance delirante em 'Pearl". A chave de "Maxxine" está no desfecho de "X", e não é nada difícil de identificar como o filem irá acabar, é bastante óbvio até. O que surpreende em "Maxxine", é a sua excelente reconstituição de época: as ruas de Los Angeles, a ambientação, figurinos, make e a parte técnica: fotografia, letreiros, make e trilha sonora, toda de sintetizadores e de rock anos 80, com direito ao mega clássico de Kim Karnes, "Bette Davis eyes". Aliás, é com Bette Davis que o filme começa, com a sua célebre frase: "Nesse negócio, até que você seja conhecido como um monstro, você não é uma estrela.". Após sobreviver à chacina em 'X", Maxine Minth (Goth) faz de tudo para esconder seu passado como atriz pornô e seu envolvimento com os assassinatos e faz testes de elenco em Hollywood para um filme de terror. Ela tem um agente, um melhor amigo que trabalha em locadora de vídeo, uma colega de trabalho em um peep show, onde Maxine trabalha de noite e uma melhor amiga que a convida para uma festa em uma mansão. Todos irão de certa forma se confrontar com um serial killer que amedronta a cidade, apelidado de Night stalker. Um detetive particular John Labat (Kevin Bacon) e dois policiais, Willians (Michelle Monaghan) e Torres (Bobby Cannavale) surgem para entrevistar Maxine e checar seue nvolvimento com assassinatos que vêem ocorrendo. O filme traz homenagens ao cinema de horror da época, especialmente os giallios italianos e os filmes de Brian de Palma, referências assumidas por Ti West, o roteirista e diretor. As luvas de couro e a capa preta de couro, ícones do giallio, além do filtro de luz azul para as noturnas e o filtro vermelho, marcam a atmosfera da época. Senti falta do slasher que aconteceu em 'X", aqui ficou tudo meio off screen, o que é uma pena. O que chama a atenção é o elenco de apoio com grandes nomes, algo que não aconteceu nos outros 2 filmes. A parte final ficou meio paródica, nem tem como o espectador se assustar, mas como enxergo o filme como uma granda crítica à tantas instituições, ficou nesse lugar de cutucar as feridas.

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