"Rickerl", de Adrian Goiginger (2023)
Premiado drama austríaco, co-produzido pela Alemanha, "Rickerl" é um relato semi- auto-biográfico do cantor Voodoo Jurgens, um dos maiores astros musicais da Áustria. Também ator, Vooddo interpreta Erich “Rickerl” Bohacek , um loser sonhador que ambiciona poder gravar um disco com suas músicas autorais. O problema é que lhe falta dedicação e empenho. Desempregado, Rickerl não consegue ficar em nenhum emprego, sendo o último, trabalhando em um cemitério. Correndo o risco de perder o seguro desmeprego, Rickerl pede ajuda a um amigo que foi seu agente. O grande amor de Rickerl, assim como suas músicas, é seu filho de 6 anos, Dominik (Ben Winkler), a razão dele se manter ainda vivo. Separado de sua ex-esposa, Viki (Agnes Hausmann), que está para se casar novamente, Rickerl foca com Domink nos finais de semana. Seu filho o ama, e também gosta de músicas. O pai o leva aos pubs e ambientes que frequenta, enquanto procura descobrir uma forma de se manter.
A cena final, do filho cantando pro pai e tocando violão, é tão sublime e apaixonante, e fiquei impressionado quando descobri que o próprio ator mirim escreveu e compôs a música. O filme procura evitar todo sentimentalismo que existiria em um filme caso fosse de Hollywood. O personagem do pai erra muito, e o filme não o glamuriza, inclusive tem momentos que queremos dar um sacode nele. Mas é um filme que fala de sentimentos, de erros e acertos, mas principalmente, de um amor incondicional entre pai e filho, e melhor ainda, de uma ex-esposa que lhe dá forças e não é vilanizada. Atuações espetaculares e o pequeno Ben Winkler é amor à primeira vista.
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