quarta-feira, 17 de julho de 2024

Os oceanos são os verdadeiros continentes

"Los oceanos son los verdaderos continentes", de Tommaso Santambrogio (2023) O diretor e roteirista italiano Tommaso Santambrogio , e o seu irmão, o fotógrafo Lorenzo Casadio, estudaram na famosa escola de Cuba, localizada na cidade de San Antonio de Los Banos, a 40 kilômetros da capital Havana. Em 2019, Tommaso lançou um curta, bastante prmeiado, e agora lança a sua versão em longa-metragem. O filme, todo rodado em melancólico preto e branco, é ambientado em San Antonio e traz 5 personagens, divididos em 3 histórias independentes, que têm em comum o tema da separação, simbolicamente representando a imigração e a busca por uma vida melhor. O jovem casal de atores Edith (Edith Ybarra Clara) e Alex (Alexander Diego) atuam em um teatro da cidade. Edith está juntando documentos para poder se mudar para a Europa e trabalhar ali com suas marionetes. Alex não tem passaporte, e não poderá seguir com ela. Os 2 meninos de 10 anos Franck (Frank Ernesto Lam) e Alain (Alain Alfonso González) estudam na escola e sonham em ser jogadores de futebol nos Estados Unidos; e a idosa Milagros (Milagros Llanes Martínez) , que vende amendoim na rua, passa seu tempo lendo cartas do falecido marido, que foi lutar na Guerra de Angola e nunca mais voltou. Todos os dias ela espera o retorno dele na estação de trem. O filme é de uma tristeza dolorosa. O preto e branco e os enquadramentos bem compostos, mas fixos e demarcando a solidão, tornam o filme ainda mais pesaroso. O elenco, formado por atores d aregião é formidável, e as duas crianças são incríveis na sua espontaneidade. O ritmo é bem lento e arrastado. Vale assistir quando estiver com o espírito de se dedicar a uma experiência sensorial e imagética, que tem um dos finais mais belos e poéticos que assisti recentemente.

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