terça-feira, 16 de julho de 2024

O castelo

"El castillo", de Martin Benchimol (2023) Concorrendo no Festival de Berlim 2023, e vencedor de prêmio em San Sebastian, "O castelo" é um misto de documentário e ficção, protagonizado por 2 mulheres que interpretam a si mesmas: Justina Olivo, a mãe na faixa dos 50 anos, e Alexa Olivo, a filha na faixa dos 20 anos. Eu pesquisei bastante para entender a história real das mulheres e o que aconteceu com elas e o castelo, mas não achei nada, portanto, é difícil saber o que é real ou ficção no filme. Trabalhando há decadas para uma senhora, dona de uma mansão com mais de 10 quartos e 10 banheiros e uma área de 60 hectares, Justina herda a propriedade quando a patroa morre. Com vacas, cavalos, porcos, galinhas e cabritos, a propriedade não pode ser vendida, pois essa foi a condição para Justina poder herdar. Por fora, a propriedade é magnânima. Mas em seu interior, ela está decadente. Sem água, paredes descascadas, Justina tenta fazer de tudo para manter o local digno para morar, e se virando como pode. Por outro lado, Alexa, é uma filha rebelde. Lésbica, ela cresceu ali, solitária e passa os dias jogando game ou no celular. Ela tem um sonho: se mudar para a capital e se tornar piloto de fórmula 4, contra a vontade da mãe. Co-produzido por Argentina e França, o filme tem 2 temas importantes: o relacionamento conflituoso entre mãe e filha, e a metáfora da divisão de classes. Memso hernando a rica propriedade, Justina não consegue se desvencilhar de sua educação servil. Parentes da falecida frequentam o ambiente como se fossem donos, sob os olhares revoltantes de Alexa. Um filme curioso, de observação e estudo de personagens.

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