sexta-feira, 25 de abril de 2025
Síndrome da apatia
"Quiet life", de Alexandros Avranas (2024)
O roteirista e diretor grego Alexandros Avranas se inspirou em um bizarro caso que aconteceu na Suécia: milhares de crianças, filhos de refugiados, contraíram uma doença chamada de ""Síndrome da Resignação Infantil", onde elas entram em um coma por conta da ansiedade vivida em zonas de conflito em seus países de origem. Avranas diriigu em 2013 o chocante e polêmico "Miss Violence", que traz um pai que prostiuti suas filhas menores de idade à força. A violência em "Síndrome da apatia" novamente se volta às crianças, mas agora, como um assédio mental: pais e autoridades suecas obrigam as crianças a relatarem as experiências traumáticas vividas na guerra.
Ambientado em 2018 na Suécia, uma família russa vive como refugiados em Estocolmo: Sergei (Grigory Dobrygin), um ex-diretor de escola russo que tenta obter asilo na Suécia com a esposa Natalia (Chulpan Khamatova, sósia perfeita de Sandra Hooler) e as filhas Alina e Katja (Naomi Lamp e Miroslava Pashutina). Todos procuram se adaptar à rotina. As filhas estudam, Sergei trabalha como faxineiro. Mas quando o pedido de asilo é recusado, os pais pedem que a filha menor, Katjia relate o que ela testemunhou na Rússia. Kayjia acaba entrando em coma. Desesperados, os pais pedem que a outra filha, Alina, minta e relate o que Katja tinha a dizer, como se ela própria tivesse testemunhado.
O filme venceu um prêmio especial em Veneza 2024. ele lembra demais a narrativa fria e apática dos filmes de Yorhos Lanthimos. Tem uma cena incomoda, onde os pais precisam fazer uma terapia de sorriso, e para eles é algo quase impensável. Esse é o espírito do filme. Emoção zero e um registro cruel de uma família em busca de um futuro. A atriz que interpreta ALina tem uma cena onde ela faz um enorme monólogo, uma performance magistral e impressionante.
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