segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Conversas com Billy Wilder
"Billy Wilder speaks", de Gisela Grischow e Volker Schlöndorff (2006)
Documentário obrigatório para fãs de Billy Wilder e de seus filmes. Rodado em 1988 pelo período de 2 semanas, no escritório de Billy Wilder em Beverlly Hills, o filme, por demanda de Wilder, somente poderia ser exibido após a morte dele, falecido em 2002. Na época da entrevista com 83 anos, Wilder traz histórias de bastidores de seus filmes mais famosos, com condução do famoso cineasta alemão Volker Schlöndorff, que na ocasião da entrevista, já havia recebido o Oscar de melhor filme estrangeiro por 'O tambor", em 1979, e tinha acabado de finalizar sua primeira produção americana, "A morte de um caixeiro viajante". Conversando em inglês e em alemão, Wilder fala sobre sua mãe, que na adolescência havia visitado os Estados Unidos e se apaixonara pelo filme 'Billy the kid", razão de ter dado esse nome para ele. Wilder começou a escrever argumentos para filmes austríacos, entre eles, o famoso "People on sundays", dos irmãos Siodmark. Com a chegada do nazismo, Wilder decidiu abandonar o país e após Paris, imigrou para os Estados Unidos em 1933. Entre seus famosos roteiros, antes de começar a dirigir, estava "Ninotchka", que ele escreveu junto do diretor, Ernst Lubitsch. Lubitsch se tornou seu mentor e grande influência no cinema. Em 1942, dirige seu primeiro filme, " A incrível Susana". Seu terceiro filme, "Pacto de sangue", foi um dos pilares do cinema noir, adaptado do romance de Raymond Chandler. Wilder diz que Chandler ajudoua. escrever o roteiro, mas não entendia nada de estrutura para cinema. Em 1945, Wilder foi contratao pelo exército americano para dirigir um documentário sobre os campos de concentração, com a finalidade de alertar o povo alemão da veracidade sobre o holocausto, fato que era visto como falsa pela sociedade alemã. Durante a entrevista , Wilder fala sobre seu processo de trabalho com os atores, em especial, sobre Jack Lemmon, que elee afirma saber tudo de atuação. Expõe os problemas que teve com Marylin Monroe, que esquecia as falas, e com Shirley Maclaine, que dvidava do talento de Wilder. Fala sobre curiosidade de bastidores de clássicos como "Crepúsculo dos deuses": como filmou o plano debaixo da piscina revelando o morto e os policiais. Mas a maior curiosidade, essa eu não sabia: mostra imagens do prólogo original do filme, que foi rechaçado em sessões teste pelo público: inicialmente, o filme começava em um necrotério, com os mortos conversando entre si. Mas talvez de todos os atores, foi Humphrey Bogart que Wilder teve o maior conflito. Obrigado a trabalhar no filme "Sabrina" por conytrato, Bogart estava odiando tudo. Wilder diz uma frase espirituosa: "Que durante um filme, ele se sente numa prisão por dois meses, mas depois, ele está livre.". e ainda cutuca Bogart ao dizer que anos depois ele descobriu estar com câncer, e de que herói ele não tinha nada. Sobra elogios para Marlene Dietrich, que ele dirigiu em "A mundana" e "Testemunha de acusação", dizendo o quanto ela entendia de iluminação e de como se posicionar para a câmera para captar o melhor ângulo.
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