terça-feira, 12 de novembro de 2024
Blaga's lessons
"Urotcite na Blaga", de Stephan Komandarev (2023)
Drama indicado ao Oscar de filme internacional 2025 pela Bulgária, "Blaga's lessons" venceu mais de 22 prêmios internacionais em importantes festivais. O filme traz a atriz Eli Skorcheva no papel principal, de Blaga Naumova, 70 anos. Me lembrei de filmes como "Noites de Cabíria", de Fellini, onde a protagonista, a professora aposentada Glaga, é enganada por um golpista e vai ao fundo do poço. Mas diferente de "Cabíria", em "Blaga's lessons" o diretor e co-roteirista Stephan Komandarev não faz concessões; o munndo é cruel e boa parte da sociedade é má, egoísta e interesseira. No caso de Blaga, ela é viúva de um policial, recém falecido. Católica fervorosa, Blaga decide comprar um jazigo para o falecido. Durante toda a sua vida, Blaga economizou dinheiro e o escondeu em casa. Para sobreviver, Blaga vive com o dinheiro de aulas para imigrantes que querem aprender a língua búlgara. Ao chegar em casa, Blaga atende um telefone. É um golpista, que através de chantagem, a faz dar todas as suas economias. Desesparada, ela procura a polícia, que nada pode fazer. Sem ter como se sustentar e também pagar o jazigo, Blaga decide procurar qualquer emprego, mas a sua idade, de 70 anos, a impede de ser mão de obra em um mundo etarista. Resta à ela ser mula de carregamento de drogas, dirigindo um carro até os fornecedores na estrada.
Confesso que foi difícil assistir ao filme. ë angustiante e deseperador acompanhar a descida ao inferno de Blaga, que assim como outros idosos, são presas fáceis para golpistas que extorquem dinheiro. Mas o filme vai além: os golpes contra idosos incluem contratá-los para serem mulas de carregamento de drogas. A atriz Eli Skorcheva interpreta Braga de forma bastnate inteligente: de personalidade dúbia, ela parece ser carrasca e exigente com seus alunos, e esse dado faz com que o espectador não fique cem por cento piedoso com o seu dilema. Ela mereceu? ela foi ingênua demais? Quem faria isso nos dias de hoje? O desfecho é de doer a alma pela violência que ouvimos, e não vemos.
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