quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Se meu apartamento falasse
"The apartment", de Billy Wilder (1960)
Indicado a 10 Oscars em 1961, e vencedor de 5 (melhor filme, diretor, roteiro, edição e direção de arte). Há exatamente um ano antes, Wilder havia lançado o mega sucesso "Quanto mais quente melhor", com Marylin Monroe, Jack Lemmon e Tony Curtis. Repetindo a parceria com Lemmon, o filme agora traz um tom de comédia acredoce. Rodado em preto e branco, o filme se passa em Nova York, e traz como protagonistas, pessoas anônimas que passariam despercebidas numa cidade com mais de 8 milhões de pessoas. Em um enorme prédio de uma seguradora, trabalham mais de 20 mil funcionários, entre elas, o vendedor de seguros C.C. Baxter (Jack Lemmon). O desejo de Baxter é ascender dentro da empresa, e ganhar um cargo mais elevado. Mas para poder ser notado e reconhecido, Baxter se propõe à uma situação inusitada: ele cede o seu apartamento, onde mora sozinho, para que seus chefes possam levar as suas amantes. Com todo um cronograma organizado de escalas, dias e horários, Baxter espera assim receber uma promoção. Em toda a empresa, a única pessoa que repara em Baxter é a ascensorista Fran Kubelik (Shirley Maclaine). Quando o presidente da empresa, Jeff (Fred Macmurray), procura Baxter e pede pela chave do apartamento, Baxter imediatamente a entrega. Mas para sua surpresa, a amante de Jeff é Fran.
O roteiro do filme é um primor e já na sua época, em 1960, já seria ousado realizar uma comédia com o tema de traições e encontros em um apartamento para sexo. Mais ousado ainda, é falar de suicício e depressão, através da personagem de Fran, que vive uma desilusão amorosa. Mas Billy Wilder rege tudo com maestria, e faz o público rir e se emocionar com a história de duas pessoas solitárias que moram em uma grande metrópole. Isso é intensificado na cena da festa de reveillon, quando toda a organbizacão está em festa, e Baxter e Fran se sentem sós, diante de toda uma intensa alegria dos companheiros. Wilder ainda faz um easter egg com Marylin Monroe: uma das amantes é cópia fiel de Marylin e fala exatamente igual à ela. A cena final é linda, comovente e um show de atuação e de cinema. Jack Lemmon é um gigantesco talento para a comédia, sabendo lidar com os tempos, com o corpo, com as falas e o olhar.
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