sábado, 2 de novembro de 2024

Megalópolis

"Megalopolis", de Francis Ford Coppola (2024) Na extensa e premiada filmografia de francis Ford Coppola, existem alguns filmes que eu não consigo gostar, e entre eles, "Virginia" e principalmente, "Velha juventude". Mesmo filmes menores, como "Tetro", são interessantes e bons o suficiente para serem memoráveis. Exibido em competição no Festival de Cannes 2024, "Megalópolis" vem depois de 12 anos sem filmar, sendo seu último filme, "Virginia", de 2012. "Megalopolis" é um projeto de Coppola que data desde os anos 80, mas somente em 2019 ele decidiu bancar essa custosa produção, desembolsando 140 milhões de dólares, já que nenhum grande estúdio se interessou. O filme foi lançado e se tornou um fracasso de público e crítica. Todos os adjetivos já foram ditos sobre o filme, e talvez ainda faltem alguns: indulgente, teatral, megalomaníaco, equivocado....e eu poderia acrescentar, confuso, sem alma, aleatório. Ambientado em um futuro onde a cidade chamada Nova Roma é comandada por um prefeito corrupto, Cicero (Giancarlo Esposito), em embate com o arquiteto Cesar (Adam Driver), que busca solução para a cidade através de projetos envolvendo um tecido que ele criou, que regenera pele e serve também para ser usado em construções. Seu sonho é criar a cidade de Megalópolis, mais humanizada e auto suficiente. Mas ele precisa enfrentar a resistência do prefeito e de poderosos como o banqueiro interpretado por John Voight e seu filho, Shia Labeouf. A esposa de Casar morreu em circustâncias misteriosas, mas ele flerta com a filha do prefeito, Julia (Nathalie Emmanuel). O filme é repleto de sub-tramas envolvendo um elenco all star: Dustin Hoffman, Lawrence Fishburne (que narra em off o filme), Talia SH=hire (irmã de Coppola), Jason Schwartzman (sobrinho de Coppola), entre outros. Uma pena que não tenha uma cena com Hoffman e Voight juntos, que pudesse homenagear a feliz parceria em "Perdidos na noite". A direção de arte é oscilante, com belas imagens e alguns efeitos de CGI duvidosos e bem fakes, que parecem gerados por AI. Eu não consegui me conectar ao filme, que me pareceu o tempo todo sem alma e segundo li em uma matéria, remetendo ao delírio de Baz Luhrmann em "O grande Gatsby".

Nenhum comentário:

Postar um comentário