segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Death mills
"Die Todesmühlen", de Billy Wilder e Hans Burger (1945)
Billy Wilder foi um dos maiores cineastas da história: foi roteirista e diretor tantos na Áustria quanto nos Estados Unidos, país que imigrou após abandonar a Europa com a entrada da Alemanha nazista em 1933. Após ter dirigido seu terceiro filme americano, "o clássico noir "PActo de sangue", pelo qual recebeu 8 indicações ao Oscar, Wilder decidiu que estava na hora de fazer algo para ajudar a divulgar as atrocidades da Alemanha nazista. A sociedade alemã dizia que os campos de concentração não eram reais, e que eram propagandas contra o nazismo. Wilder foi contratado pelo Exército dos Estados Unidos para documentar o horror dos campos de concentração nazistas no final da Segunda Guerra Mundial. O diretor e roteirista alemão Hans Burguer co-dirigiu o filme. O filme traz imagens de campos de concentração após a libertação dos sobreviventes pelos aliados. As imagens captadas pelas câmeras são chocantes: milhares de cadáveres, alguns queimados, outros em inanição. O narrador conta todo o histórico sobre os mortos: dependendo dos campos de concentração, eles eram mortos ou por balas, ou por gás, ou com choques de cerca elétrica, ou morriam de fome, ou por torturas. Imagens de cinzas humanas são apresentadas enquanto o narrador diz que os fazendeiros alemães recebiam toneladas de fertilizantes, sem terem idéia de que se tratava de cinzas humanas. A trilha sonora ajuda a trazer um tom de pesadelo às imagens. Sobreviventes que mal conseguem se manter em pé, tal o aspecto cadavérico em que se encontram. Wilder, no documentário "Conversas com Billy Wilder", dirigido pelo alemão Volker Schlöndorff, disse que numa sessão para o público, as pessoas iam embora durante a sessão, e teve a idéia para que elas permanecessem até o final: como a população recebia cartões de racionamento, elas deveriam carimbar o cartão após a sessão.
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