domingo, 3 de novembro de 2024
Kubi
"Kubi", Takeshi Kitano (2024)
Em 1999, o cineasta japonês Nagisa Oshima provocou polêmica ao trazer o filme "Tabu", onde retratava amor entre samurais, especialmente com um personagem abertamente gay. O filme foi exibido no Festival de Cannes e mexeu com os brios da masculinidade, ao invadir um dos poucos universos da representatividade viril, que são os samurais. Concorrendo no Festival de Cannes 2924 na mostra Palm Queer, dedicado a filmes com temática Lgbt, "Kubi" é adaptação do livro homônimo escrito por Takeshi Kitano em 2019. O filme também traz personagens homossexuais na representação dos samurais. Desde 1997, quando ganhou o Leão de ouro pela sua obra-prima de Yakuza "Hana bi", Takeshi Kitano se tornou um queridinho do público e de festivais. Mas os últimos anos não foram bem com Kitano: seus filmes não tiveram a mesma recepção calorosa da crítica. Ambientado no ano de 1582, o filme é bastante confuso ao apresentar uma infinidade de personagens e sub-tramas, lembrando as tramas de vingança e traição de Shakespeare, e há quem o compare à "Game of thrones", pela óbvia alusão à luta pelo poder. Como fio narrativo, tem o Lorde Oda Nobunaga, que deseja controlar o Japão. Diversos senhores da guerra rivais travam batalhas, eliminando clãs inteiras. Quando um dos senhores leais ao Lorde, Araki Murashige, desaparece, sendo acusado de traidor, Nobunaga pede para que travem uma busca pelo seu possível corpo, e quer que tragam a sua cabeça, com direito a recompensa.
O filme traz elementos de humor ácido e muita violência gore, bem ao gosto dos exageros de Kitano. Centenas de cabeças decapitadas, mutilações, harakiris, flechadas, espadadas e todo tipo de massacre é visto em cena. Kitano não economiza em sangue e efeitos para trazer uma sensação desconfortável ao espectador.
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