sexta-feira, 5 de junho de 2020

Os olhos de Cabul

"Les hirondelles de Kaboul ", de Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec (2019) Adaptação do livro “As Andorinhas de Cabul”, de Yasmina Kadra, "Os olhos de Cabul" foi dirigido pelas cineasta francesas Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec. O filme concorreu no Festival de Cannes 2019 na Mostra Um certo olhar e recebeu um prêmio especial. Fiquei arrasado com tanta tragédia dessa animação, um olhar aterrorizante e cruel do Afeganistão de 1998, tomado pelos talibãs e vivendo um período de extremismo religioso e fanatismo que atinge principalmente as mulheres. O filme acompanha dois casais, um jovem, Mohsen e Zunaira, e um mais velho, Atiq e Mussarat. Os jovens são professores, mas impossibilitados de exercer a profissão. Atiq é carcereiro da prisão feminina e sua esposa Mussarat está com doença terminal. Ela salvou Atiq durante um confronto, quando era enfermeira, e desde então ele lhe deve a vida. Mohsen e Zunaira têm um sonho de que o futuro trará liberdade para o povo, e esbanjam felicidade, dentro de quatro paredes. Mss quando Mohsen testemunha uma mulher sendo apedrejada na rua até à morte, ele tem um impulso e também a apedreja. Esse ato impensado trará consequências trágicas para todos. O que mais gostei do filme são os traços da animação, simples mas bastante efetivos. O filme lida com temas pesados como feminicídio, misoginia e supressão da liberdade, O desfecho traz uma leve luz no fim do túnel, mas à custa de muito sangue e mortes.

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