domingo, 21 de junho de 2020

Azougue Nazaré

"Azougue Nazaré", de Tiago Melo (2018) Longa de estréia do produtor Tiago Melo, que também co-escreveu o roteiro, "Azougue Nazaré" recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles, no Festival de Rotterdan, melhor ator no Festival do Rio para Valmir do Côco, impagável como Catita. O filme é ambientado na cidade canavieira de Nazaré da Mata. O roteiro acompanha vários personagens, a maioria deles representantes de um grupo de Maracatu. Um grande embate acontece entre o grupo de Maracatu, e o grupo evangélico da cidade, que considera o Maracatu obra do demônio. Catita (Valmir do Côco), é casado com Irmã Darlene (Joana Gatis), evangélica. O casal vive em conflito, e por isso, Catita mente para a esposa dizendo que não frequenta as danças do Maracatu. Paralelo, uma estranha entidade em forma de energia elétrica surge na região, e fazendo sumir integrantes do grupo de Maracatu. O filme mistura musical, drama, realismo fantástico e crítica social a um País dominado por religiosos que querem doutrinar a população, e também apresenta um mundo onde a pobreza domina a todos, sem muita chance de vencer na vida. O elenco é formado por atores e não atores, a maioria vindo do grupo de Maracatu Cambinda de Brasileira. A fotografia de Gustavo Pessoa é brilhante, dando conta dos momentos musicais com muita cor e vibração, e dos elementos fantásticos. A cena do Pastor sendo seduzido pela Irmã Darlene que diz que foi um chamado de Deus, é impagável. Valmir do Côco é uma excelente revelação: uma figura carismática, repleto de humor e dramaticidade.

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