quinta-feira, 11 de junho de 2020

Festa de Babete

“Babettes gæstebud”, de Gabriel Axel (1987) Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 1988, “A festa de Babette” certamente é o primeiro filme que vem à mente de todo cinéfilo quando se fala em gastronomia no cinema. 1871. Adaptação de um conto do livro ‘Ironias do destino”, da dinamarquesa Karen Blixen, o filme é de uma rara delicadeza, um requinte em detalhes da direção de arte, do figurino, da maquiagem e da fotografia. Ambientado no século XIX, o filme tem um prólogo que apresenta um vilarejo do norte da Dinamarca, onde moram alguns poucos moradores, todos devotos ao cristianismo e ao Pastor do local, pai de duas lindas jovens, Martine (Birgitte Federspiel) e Philippa (Bodil Kjer). Martine é uma ótima pianista, e Philippa, cantora. O pai impede que dois pretendentes se aproximem das filhas pois ele quer que elas tenham a vida devotada à Deus. Passados décadas, em 1971, e com o pai já falecido, as irmãs continuam solteiras e dvotas à palavra do pai e de Deus. Uma noite, uma francesa bate à porta delas: É Babette (Stephanie Audran, falecida em 2018). Ele é foragida da França e pede acolhimento na casa das irmãs solteironas. Sem ter como pagar uma governanta, as irmãs acabam aceitando a proposta de Babette: ela não quer dinheiro, só um lugar para ficar. Babette recebe a notícia de um amigo que ganhou a loteria em Paris. Com o dinheiro, ela decide agradecer às irmãs e oferece para elas um banquete para comemorar os 100 anos do Pastor, convidando todos do vilarejo. O filme ficou famoso pelas requintadas cenas da preparação do jantar e também pela degustação dos convidados. A trilha sonora, de Per Nørgaard, ajuda a dar uma atmosfera intimista, lúdica e poética. O elenco inteiro, sem exceção, brilha em cena, e é incrível como cada personagem tem uma característica própria. Um filme impecável, uma aula de cinema.

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