segunda-feira, 15 de junho de 2020

Destacamento Blood

"Das 5 Blood, de Spike Lee (2020) Quero começar dizendo que gostei do filme. Mas quero também dizer que fiquei pasmo como que em pleno 2020, os vietnamitas continuam sendo retratados como mercenários e sanguinários como nos filmes dos anos 80 de "Rambo" e Chuck Norris, como um dos personagens do filme exalta. Eu sei que é ficção, mas é muito importante mudarmos o olhar nas próximas dramaturgias sobre as comunidades asiáticas nos difíceis dias em que vivemos. O filme faz reverência a duas obras-primas do cinema: "Apocalipse now", em referência mais do que explícita, tanto na boite de Saigon que tem o nome do filme, como na cena que abre o flashback, o famoso sol do por do dia com um helicóptero sobrevoando as florestas do Vietnã. E "O tesouro de Sierra Madre", de John Houston. Uma personagem diz: O Ouro muda as pessoas, até mesmo os amigos". Paul, na performance magnânima de Delroy Lindo, é a encarnação do personagem de Humphrey Bogart no filme de Houston. 4 amigos de meia idade retornam para o Vietnã nos dias de hoje para uma missão: resgatar na floresta um tesouro em barras de ouro escondido por eles quando estiveram ali lutado pelo exército americano durante a Guerra do Vietnã nos anos 80. Mas a busca do tesouro irá gerar conflitos dentro do grupo. O filme apresenta uma parte documental extraordinária, composta de cenas de Martin Luther King em discursos, manifestações, Guerra do Vietnã, soldados negros mortos em atividade. Mas o mais importante do filme, e que o título já deixa claro, é a importância da união de um povo, uma luta sem fim. O documentário "Cinco que voltaram"já apresentava a questão do envio de soldados negros americanos para as guerras como frente, para serem abatidos antes dos brancos, além dos maus tratos e da falta de decoro do exercito com eles. O filme é muito bem dirigido por Spike Lee, cercado de excelentes profissionais que trazem o melhor das sua stécnicas para o filme. Parabéns ao elenco, magistral em sua unidade. O final é de chorar, uma linda homenagem à cultura e à luta do "Black lives matters".

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