domingo, 14 de junho de 2020

O rei de Staten Island

“The king of Staten Island”, de Judd Apatow (2020) Chorei que nem um condenado, gargalhei como há muito não ria. Judd Apatow, que dirigiu as comédias clássicas “Superbad” e “O virgem de 40 anos”, vem com uma emocionante comédia dramática que ele co-escreveu com Pete Davidson, um dos mais brilhantes e talentosos atores da nova geração. O filme é uma forma de Davidson exorcizar o fantasma de sue pai, que era bombeiro e morreu em ação no atentado de 11 de setembro. Davidson nunca conheceu direito o seu pai, e trouxe essa história para esse filme que é um dos mais lindos e maravilhosos que assisti há muito tempo. Pete Davidson é a alma do filme. Egresso do programa “Saturday night live”, ele tem investido em comédias autorais e independentes. Pete interpreta Scott ( nome real de seu pai), filho de um bombeiro que morreu em ação. Ele mora em Staten Island com sua mãe, a médica Margie (Marisa Tomei, em seu melhor papel em anos) e cm sua irmã Claire. Scott é desajustado: sem emprego, sem estudo, sonha em ser um tatuador e para isso, ele usa seus amigos como cobaia. Scott não conseguiu se livrar do luto pela morte de seu pai, ao contrário de sua mãe e irmã. Quando a irmã se forma no colegial e vai estudar numa faculdade, Scott sente o peso de ser o filho que não deu certo. Margie conhece um bombeiro divorciado, Igor (Moises Arias, sensacional), e Scott não consegue aceitar um outro homem ocupando o espaço do falecido pai. O roteiro é magnifico, alternando momentos de grande emoção com cenas de puro humor. As crianças do filme também são muito boas, e a cena que Scott leva os filhos de Ray para o colégio é antológica. A trilha sonora é perfeita para o filme, do gênero que eu amo, “Feel good movie”. Além do elenco em estado de graça, Steve Buscemi faz uma bela participação, com uma cena cativante em um restaurante, com todos os bombeiros reunidos. Juro que nos último dez minutos eu chorei sem parar. Pete Davidson, que protagonizou um filme com personagem bem semelhante, Big time adolescence”, é um ator inteligente, que sabe fazer uso do humor sem forçar o riso, fazendo tudo com o tempo cinematográfico, a pausa e o olhar. Brilhante.

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