quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Tatami

"Tatami", de Zar Amir Ebrahimi e Guy Nattiv (2023) Esse filme tem um feito histórico: pela 1a vez, um filme é dirigido por um iraniano e um israelense. A atriz iraniana premiada em Cannes por "Holly spider", Zar Amir Ebrahimi, e o diretor israelense que realizou "Skin" e "Golda", com Helen Mirren se unem para contar uma história de determinação contra o poderio islâmico do Irã. O filme é levemente inspirado na história do judoca iraniano Saeid Mollaei, que foi obrigado a se retirar do Campeonato Mundial de Judô de 2019, em Tóquio, para evitar enfrentar o campeão mundial israelense Sagi Muki na final. Gui Nattiv, um dos roteiristas, alterou o protagonismo e trouxe para uma mulher, a judoca iraniana Leila Hosseini (Arienne Mandi, atriz americana de ascendência iraniana e chilena). A sua treinadora, Maryam ( a diretora Zar Amir Ebrahimi) forma com ela uma dupla decidida a ganhar o compeonato em nome do Irã. Mas quando a luta final será com uma lutadora israelense, o governo do Irã, secretamente, pede que Leila finja um ferimento, que a impeça de lutar, caso contrário, irá ameaçar a família de ambas. Filmado em 4:3 e em preto e branco, para trazer mais densidade dramática e claustrofobia, "Tatami" tem uma ótima direção que remete a filmes clássicos nas cenas de luta, como "Touro indomável". O trabalho das duas atrizes é fantástico, repleto de camadas. O filme mistura gêneros e traz também uma sub-trama de suspense, paralelamente, com a perseguição ao marido e bebê de Leilah e de seus pais no Irã. O filme venceu no Festival de Veneza 2023 o Prêmio Brian de Melhor Filme, dado a filmes que destacam e valorizam o respeito aos direitos humanos, à democracia e ao pluralismo.

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