segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A metade de nós

"A metade de nós, de Flavio Botelho (2023) 'Decicado aos que sobreviveram à morte de um filho". O filme, escrito e dirigido por Flavio Botelho, termina com essa cartela. Escrito a partir de experiência pessoal ( o suicídio de sua irmã), "A metade de nós" fez parte da pré-lista de 12 filmes brasileiros selecionados para concorrer à uma vaga ao Oscar internacional pelo Brasil. Vencedor do prêmio de melhor filme do público na Mostra de cinema de São Paulo 2023, e de melhor ator para Cacá Amaral no Festival de Punta del Leste, em 2024, o filme apresenta um casal de terceira idade da classe média alta, Francisca (Denise Weinberg) e Carlos (Cacá Amaral) que chegam ao consultório do psiquiatra para saber dele o que levou o filho deles, Felipe, ao suicídio. Francisca é mais reativa, acusa o médico de ser responsável pela morte do filho ao receitar os remédios tarja preta. Carlos reage diferente: ele decide morar no apartamento do filho e entender melhor quem era ele. Ele acaba conhecendo o vizinho de Felipe, o jovem Hugo (Kelner Macêdo), e inesperadamente, entregue à tristeza e aos impulsos, os dois se tornam amantes. O filme é denso e angustiante na dôr o tempo todo da narrativa. Mesmo em momentos mais otimistas, a melancolia está sempre presente. O elenco de apoio é tão bom quanto os dois atores principais, fortalecido com as participações de Clarice Niskier, Justine Otondo e Henrique Schafer. Alguns sub-plots não me envolveram tanto, e o que mantém a atenção do espectador é o talento dos atores. É um texto que poderia facilmente ser adaptado para o teatro.

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