sábado, 14 de setembro de 2024

A última vez que fomos crianças

"L'ultima volta che siamo stati bambini", de Claudio Bisio (2023) Em 1972, Jerry Lewis dirigiu e estrelou o filme perdido e jamais exibido "O dia em que o palhaço chorou", onde o seu personagem era um palhaço que alegrava as crianças judias que seguiam para a câmera de gás. Com a natureza mórbida do filme, os produtores decidiram jamais exibir o filme, até hoje, inédito. "A última vez que fomos crianças", longa de estréia do italiano Claudio Bisio, é adaptado do romance escrito por Fabio Bortolomei, e confesso que na hora me lembrei desse filme do Jerry Lewis e fiquei chocado com a história. Um grupo de 3 crianças, querendo salvar o amigo judeu que foi levado para um campo de concentração, decidem ir de Roma até a Alemanha para resgatá-lo, sem terem a real ciência do que acontece nos campos de concentração. O desfecho do filme é trágico e fiquei de verdade d eboca aberta com a coragem do filme e do romancista. "O holocausto visto pelo ponto de vista infantil". É assim que o filme é vendido. Trazendo referências explícitas do clássico 'Conta comigo", incluindo toda a travessia pela linha de trem e encontrando cadávares pelo caminho, o filme é ambientado em 1943, em Roma. Os amigos na faixa dos 10 anos de idade Italo (Vincenzo Sebastiani)- filho de um fascista e irmão de um soldado italiano, Vittorio-; Cosimo (Alessio Di Domenicantonio); Vanda (Carlotta De Leonardis) é órfã e mora em um convento, sendo cuidada pela freira Agenese; e Riccardo, judeu. Eles se divertem nas ruas e os amigos consideram Riccardo um judeu fascista. Um dia, no entanto, os judeu sãolevados pelos soldados italianos e deportados em trem. Os amigos ir atrás do amigo e decidem fugir de casa e irem pela linha de trem até a Alemanha. Vittorio se une à irmã Agnese em busca de seu irmão e ela, de Vanda. No caminho, se deparam com mortes e com oficiais italianos. O filme é vendido como comédia, e é difícil achar graça nas cenas que envolvem crianças e pessoas sendo mortas. Me lembrei muito de "A vida é bela", onde Roberto Benigni foi acusado de querer explorar a tragédia humana com humor. O que de fato é bastante positivo, é o trabalho excelente das 4 crianças. São talentosos e muito carismáticos.

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