terça-feira, 17 de setembro de 2024

Prisão nos Andes

"Penal cordillera", de Felipe Carmona (2023) Premiado drama em co-produção Chile e Brasil, "Prisão nos Andes" é escrito e dirigido pelo cineasta Felipe Carmona. O filme se passa em 2013 na Cordilehira Penal, um complexo penitenciário ao ar livre construído em 2004 e que serviu para abrigar os cinco militares envolvidos na ditadura de Pinochet, ditador chileno deposto em 1990. No entanto, essa instalação estava mais para um resort do que prisão: os militares tinham confortos como piscina, sala de tv, podiam receber compras encomendadas, receber visitas, etc. E mais: os guardas que ali estavam para prestar serviço e manter o local em funcionamento, estavam mais para empregados dos militares, do que para mantê-los sob sua custódia. Quando um dos militares, General Contreras, dá uma entrevista para uma equipe de tv, as coisas mudam radicalmente: sincero, ele falou sobre seius atos na ditadura. A partir daí, eles começam a perder suas regalias. Obviamnete que os outros generais passam a recriminar Contreras. Paralelamente, o filme apresenta alguns sub-plots envolvendo os guardas, focando mais no jovem guarda Navarrete, um rapaz introvertido que é usado como joguete nas mãos dos generais, e envolvido em um caso de homofobia. O cineasta Felipe Contreras experimenta linguagens e narrativas distintas durante o filme. Em determinando momento, em um flashback, o filme é apresentado como filme mudo, incluindo cartela com legendas e tudo. em diversos momentos, o filme abraça uma narrativa de filme de terror. A fotografia, bastante escura e favorecendo o contra luz, traz uma carga dramática bastante densa ao filme, que já é bem pesado através das histórias dos generais arrogantes, violentos e debochados. O filme traz a mensagem de que a violência é ciclica e está presente em todos nós. Há uma cena bem violenta, envolvendo os guardas, que perpetua essa idéia do instinto selvagem que existe no mais pacato dos seres humanos, que quando atiçado, bota as garras para fora.

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