domingo, 29 de setembro de 2024

Flow

"Flow", de Gints Zilbalodis (2024) Uma obra-prima espetacular, "Flow" foi indicado pela Letônia à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2025, além de se candidatar ao Oscar de longa animação. O filme é uma co-produção da Letônia, Bélgica e França, e concorreu no Festival de Cannes 2024 na Mostra Un certan ragard. Venceu em Annecy, o Oscar da animação, os prêmios de Melhor Filme, Prêmio de melhor filme do Público e Prêmio de Melhor Música Original. Impressionante que seu diretor tenha apenas 29 anos, e já dirigiu outro longa excelente, 'Away", em 2019. O filme, totalmente sem diálogos, apresenta um mundo onde os humanos já não mais existem ( imagine "O planeta dos macacos", com os resquícios de civilização humana). Um gato cinza escuro mora em uma casa onde outrora vivia o seu dono, que construiu diversas estátuas de gatos ao redor. O gato procura sobreviver comendo peixes do rio e tentando escapar de cachorros faminntos e outros animais predadores. Quando inesperadamente um dilúvio de proporções épicas acontece, o gato procura sonbreviver. Quando está prestes a morrer afogado, surge um barco abandonado. O gato pula dentro da embarcação, onde se encontra uma capivara sonolenta. Assim como em a arca de Nóe, animais vão se incorporando à embarcação: um cachorro Golden, um lêmure apaixonado por peuqneos objetos e espelhos, uma cegonha. Juntos, precisam lidar com suas diferenças e seus instintos primitivos para sobreviver. A trilha sonora, a cargo também do diretor, é excepcional: melódica, triste, epica, ela surge como um transe e deixa o espectador em estado hipnótico. O filme tem momentos divertidos envolvendo o lêmure, mas de uma forma geral, me deixou bastante tenso, pois a todo momento, a morte espreita os personagens. A gente se apaixona tanto pelos animais, que não quer que nenhum morra. Aliás, em uma cena magistral , a morte de um deles acontece como um acontecimento bíblico, transcendental. É lindo demais, evocando talvez Miyazaki. Mas a mensagem final é triste demais, e certamente, a imagem da baleia irá ecoar por muito tempo na mente do espectador. A edição de som e direção de arte merecem total destaque pela forma como trabalham a emoção do espectador e nos coloca quase que dentro da fantasia proposta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário