sábado, 7 de setembro de 2024

Entrelinhas

"Entrelinhas", de Guto Pasko (2024) Vencedor de 5 prêmios no Festival Cine PE 2023: Melhor direção, atriz (Gabriela Freire), edição de som, montagem e direção de arte (merecia muito o de melhor fotografia, do craque Alziro Barbosa), o drama "Entrelinhas" é livremente inspirado na história real de An Beatriz Fortes, ocorrido em Curitiba, 1970, durante a ditadura militar. Ana Beatriz Fortes (Gabriela Freire, ótima e minimalista no tom certo), é uma estudante de esnino médio de 18 anos, prestes a entrar na faculdade. Ela mora com os pais, interpretados pelos brilhantes atores Mauro Zanatta e Patrícia Saravy, cujo nome da personagem é Helena Ignez, e fiquei na dúvida se é o nome real ou se uma homenagem à musa do cinema marginal. A irmã, de Ana, Elisabeth, está presa, acusada de participar de movimentos estudnatis. Quando Ana vai ao seu primeiro emprego, um estágio, ela é entrevistada por um militar e imediatamente acusada de ser subversiva e de ser colaboradora de atos contra o governo. Levada ao Dops, ela é torturada, junto de Elias (Renet Lyon, espetacular), um estudante que estuda na mesma escola de Ana. Curioso como o cinema brasileiro recente aposta no tema da ditadura: além de "Entrelinhas", temos "Ainda somos os mesmos", de Paulo Nascimento; "O mensageiro", de Lucia Murat; "Ainda estou aqui", de Walter Salles. O filme é baixo orçamento, mas com ótima ficha técnica. Fotografia, direção de arte, figurino, maquiagem, tudo caminhando bem. é um grande alento assistir a um filme vindo de Curitiba e trazendo uma qualidade dramática. Existe uma cena de valor de produção, que é a tortura dentro de um avião sobrevoando Foz do Iguaçu, muito bem executada.

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