segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Pai

"Babai", de Visar Morina (2015) Indicado por Kosovo ao Oscar de filme internacional 2015, "Pai" é um drama angustiante e trágico que traz um compêndio do que mais vil, deplorável e vilanesco tem o ser humano. Pessoas sem humanidade, egocêntricas, explorando a miséria dos outros. Não é fácil assistir ao filme, que mesmo na última cena ainda faz questão de trazer elementos sádicos para os seus dois protagonistas. Ambientado na Guerra de Kosovo em 1990, o filme venceu dezenas de prêmios internacionais e é co- produzido por Alemanha, Kosovo, Macedônia e França. Embora tenha sido lançado em 2015, o seu olhar sobre os imigrantes dentro da própria Europa continua sendo super atual. Nori (Val Maloku), um menino de 10 anos, mora com seu pai, Gezim (Astrit Kabashi). Eles sobrevivem em um cenário desolador vendendo cigarros nas ruas. A esposa de Gazim os abandonou. Ambos sobrevivem de favor morando na casa de um parente. Gazim deseja ir tentar a sorte na Alemanha, mas quer ir sozinho, sem levar seu filho. Mas Nori é muito ligado ao pai e aonde ele vai, ele vai atrás. Quando Gazim tenta ir embora de ônibus sem que Nori saiba, esse descobre e se joga em frente ao ônibus, acidentando-se para que seu pai não vá embora. No hospital, Gazim promete ao filho que não tentará mais abandoná-lo, mas não cumpre a promessa e vai embora. Desolado, Nori é cuidado pelos parentes que o exploram, Nori foge, masé enganado por uma tia que rouba seu dinheiro. Nori se envolve com traficantes de pessoas e consegue chegar na Alemanha. O pequeno Nori Maloku, no papel de Nori, carrega o filme inteiro nas costas, em uma performance irretocável. Como um filme dos irmãos Dardenne, a câmera está smpre com ele, e nessa busca por felicidade, ele só encontra desolação.

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