quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Nos embalos de Ipanema

"Nos embalos de Ioanema", de Antônio Calmon (1978) Clássico brasileiro dos anos 70 que traz o cotidiano carioca representado por uma juventude sem perspectiva de um futuro projetado, vivendo uma relaidade hedonista com muito surf, sexo, drogas e paqueras. Esse retrato pessimista de uma geração foi escrito e dirigido por Antonio Calmon, que viria a ficar famoso nacionalmente 4 anos depois com "Menino do Rio", protagonizado pelo mesmo André de Biasi que vive Toquinho, um jovem morador do subúrbio de Marechal Hermes, apaixonado por ondas em Ipanema, pela sua namorada Verinha (Angelina Muniz), que trabalha panfletando nas ruas da Zona Sul e cujo patrão, vivido por Stepan Nercessian, a flerta insistentemente. Toquinho é rebelde, malandro e quer se dar bem em todas as situações. Nunca tem dinheiro, mas sempre arruma um jeito de conseguir alguém que lhe pague um lanche, roupas novas da moda e paqueras frequentes. Toquinho é sedutor e seu charme faz com que muita gente caia em sua lábia. O filme é entrecortado pro depoimentos para um repórter anônimo, falando sobre a personalidade do rapaz para um falso documentário. Um dia, Toquinho conhece na praia Patricia (Zaira Zambelli), garota de Ipanema, filha dos ricos representados por Mauro Mendonça e Jaqueline Lawrence). Ela também só quer saber de paquera e sexo e se apaixona por Toquinho, que mente para ela e diz que mora na Barra. Sem dinheiro para sustentar o luxo de Patricia, Toquinho conhece das Bocas (Roberto Bonfim), um cafetão que lhe apresenta André (Paulo Vilaça), um rico gay que se apaixona por Toquinho e banca seus caprichos. O elenco ainda traz Yara Amaral, no papel da mãe de Toquinho e memorável na cena do hospital, e Selma Egrei. O filme é divertido e traz momentos hilários, mas no fundo, é um reflexo de uma geração desencantada e rebelde, fruto da falta de comunicação entre seus pais, desmotivados por um governo que não investe em empregos e educação. Um retrato cruel e amargo de um Brasil bonito na embalagem, mas vazio em um futuro inexistente. A trilha traz os clássicos "Sossego", de Tim Maia, e "Revelações", de FAgner.

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