quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Cidade campo

"Cidade campo", de Juliana Rojas (2024) Segundo longa de Juliana Rojas em que ela dirige solo, "Cidade campo" foi vencedor de melhor direção na mostra Encounters do Festival de Berlim e ganhou 2 prêmios no Fetsival de Gramado 2024: Juri da crítica e melhor atriz para Fernanda Vianna, protagonista da 1a história. O filme é dividido em 2 histórias, interligados pela personagem Flavia (Mirella Façanha), mas de forma não direta e convencional. são duas histórias independentes, protagonizados por mulheres batalhadoras e corajosas, precisando reaprender a dar início à uma nova etapa de suas vidas. na 1a história, "Cidade", Joana (Fernanda Vianna) é sobrevivente da tragédia de Mariana, quando o rompimento da barragem matou centenas e destruiu casas. Sem ter aonde ir, Joana vai para São Paulo morar momentaneamente com sua irmã Tânia (Andrea Marquee) que mora com seu neto, Jaime (Kalleb Oliveira), um menino de 10 anos esperto e todo ligado em tecnologia. Jaime ajuda sua tia a começar uma nova vida e inscreve ela em um aplicativo para diaristas, onde ela começa a trabalhar e a conhecer os apartamentos das pessoas, sendo um desses apartamentos, o de Flavia. Na 2a história, Flavia e sua namorada Mara (Bruna Linzmeyer) se mudam da cidade para o campo. O pai de Flavia faleceu e ela herdou a fazenda dele. Mara de início ama tudo, pois é veterinária. Flavia se adapta. Mas aos poucos, elas percebem que algo estranho paira na localidade. Os dois filmes trazem elementos sobrenaturais, metáforas, sobre fantasmas do passado, da sociedade patriarcal, da chacine dos povos ancestrais. Isso me fez lembrar do recente "O estranho", de Flora Dias e Juruna Mallon, que também trazia protagonistas lésbicas. Eu gosto muito do primeiro filme, que traz forte contexto social. O segundo filme não me pegou, mas vale pelo excelente trabalho das atrizes e uma ousada cena de sexo.

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