quinta-feira, 14 de setembro de 2023

My animal

"My animal", de Jacqueline Castel (2023) Exibido no Festival de Sundance 2023, "My animal" é um filme que traz todos os elementos pop que a geração X ama: anos 80, trilha sonora de sintetizadores, terror, amor lésbico e uma aura cult que tem feito grande sucesos no mundo todo com os filmes de Julia Ducournau ("Cru", "Titane") e a brasileira Anita da Silveira ( "Medusa", "Mate-me por favor"). Filmes escritos, dirigidos e protagonizados por mulheres, e onde o universo machista, misógeno e tóxico dos homens certamente encontrará castigo. Logo no prólogo, o filme já apresenta a protagonista Heather como uma lobisomem (Bobbi Salvör Menuez, artista não binário de 'Euphoria"). Ela mora com seu pai, que também é lobisomem, seus dois irmãos menores e a mãe alcoolatra. Para evitar que ela ataque pessoas nas ruas, os pais sempre a acorrentam em noites de lua cheia. Heather sonha em ser goleira de Hoquei. Durante o treinamento na escola, ela conhece Jonny (Amandla Stenberg, de "Bodies, bodie,s bodies"), uma patinadora de gelo. Jonnhy namora um rapaz tóxico e se mistura com uma gangue. Entre Heather e Jonnhy surge uma paixão, mas precisam esconder esse amor dos pais homofóbicos e gangue idem. O filme se apropria do terror e do tema do lobisomem para falar da pessoa diferente, da homofobia, como alguém que deve ser temido e evitado. O surgimento da atração de Heather por Jonnhy como uma atração entre mulheres do mesmo gênero é paralela à transformação dela em lobisomem. Em uma cena desconcertante, Heather se masturba vendo mulheres de um time de hoquei na tv. Um filem repleto de estilo, com muito vermelho na iluminação, como nos giallio. Para quem ama filmes com repertório vintage anos 80, é uma grande pedida.

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