segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Desperate souls, dark city and the legend of Midnight cowboy

"Desperate souls, dark city and the legend of Midnight cowboy", de Nancy Buirski (2023) Adaptação do livro "Shooting Midnight cowboy- Art, sex, loneliness and the making of a dark classic", de Glenn Frankel, esse excelente documentário explora a potência e a ousadia do filme "Perdidios na noite", de John Schlesinger, que se tornou em 1970 o único filme na história da Academia a ser um drama da categoria X-RATED a receber o Oscar de melhor filme, além de Oscar de direção e de roteiro. O filme apresenta todo o contexto político, social que acontecia anos antes do filme vencer o Oscar, e também, o quanto ele abriu portas para outros projetos tão vanguardas e revolucionários quanto ele, como por exemplo, "Taxi driver", de Scorsese, e "Domingo sangrento", do próprio Schlesinger, que aprresenta um casal gay como um dos integrantes do Ira na Irlanda. A guerra do Vietnã certamente foi um evento histórico que sacudiu o mundo e principalmente a América. Em 1968, "A noviça rebelde" havia ganho o Oscar, e 2 anos depois, 'Perdidos na noite". Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu no mundo. John Schesingler, um cineasta inglês assumidamente gay, dirigiu mais de 100 docs para Bbc, mostrando o drama de indivíduos à margem da sociedade. Essa linguagem e esse olhar para os desassistidos certamente foram influência para "Midgnight cowboy". O documentário começa com um raro teste de elenco de John Voight para o papel de Joe Buck, o cowboy que veio para Nova York ser garoto de programa. O filme fala sobre sexualidade, homossexualidade, drogas, o lúmpen americano representado na figura de Dustin Hoffman. É o sonho americano desfeito. Com muitas curiosidades de bastidores e entrevistas com remanescentes do filme, dá vontade de rever a obra-prima com tantas cenas apresentadas, e confirmar que foi um filme à frente do seu tempo. Lindo ouvir Schlesinger dizer que o neo-realismo italiano e a nouvelle vague foram influências, assim como cinema por exemplo de Elia Kazan.

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