"20.000 especies de abejas", de Estibaliz Urresola Solaguren (2023)
A atriz mirim Sofia Otero, de 9 anos, recebeu o principal prêmio de performances do Festival de Belrim 2023, desbancando grandes favoritos. BErlim concede apenas uma estatueta sem distinção de gêneros, Sofia interpreta Coco, uma meniona trans que provoca uma crise na sua família.
Eu fiquei o tempo todo me lembrando do clássico francês "Minha vida em cor de rosa", de Alain Berliner, lançado em 1997, e na sua época havia provocado bastante polêmica. A diferença que lá, o personagem infantil era interpretado por um menino, e aqui, é uma menina.
O filme foi escrito e dirigido pela cineasta basca Estibaliz Urresola Solaguren, e todo o projeto possui mulheres no comando: no roteiro, na direção, na fotografia e no protagonismo. As 2 protagonistas, Ana (Patricia Lopez Arnais), é uma mulher de meia idade em crise pessoal e profissional. Em crise metrimonial, ela decide passar as férias de verão na casa materna, em uma região ao sul da Espanha, onde moram sua mãe Lita (Itziar Lazkano) e sua tia Lourdes (Ane Gabarain). A tia vive de criação de abelhas e à produção de mel. Ana viaja com seus três filhos: uma adolescente, um menino e Coco. Coco nasceu como Aitor, mas aos 8 anos, quer ser chamada pelo apelido de Coco, mas na verdade, quer ser chamada de Lucia. A mãe procura evitar conversar com Coco sobre a crise de identidade, assim como todos os familiares. A avó culpa a presença de mulheres fortes na família como causa de Aitor querer ser feminino. A única pessoa que entende Coco é sua tia-ávó.
Um filme delicado e tratando com muito respeito a trama de Coco, mas o filme ainda carrega diversos outros sub plots, como a de Ana. Mas é a história de Coco que mais seduz o espectador, muito por conta da premiada performance de Sofia Otero. Mas a trama, de quase 130 minutos, é bastante lenta e arrastada, e a sensação é a de que o filme tem pelo menos meia hora a mais de sub tramas desnecessárias.
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