"La hija de todas las rabias", de Laura Baumeister de Montis (2022)
Concorrendo em San Sebastian e em outros importantes festivais, esse longa de estréia da roteirista e cineasta nicaraguense Laura Baumeister de Montis é uma porrada, um filme duro, trágico, difícil de suportar tanta dôr e sofrimento que as protagonistas sofrem, pensem em Lars Von Tries + Michael Haneke juntos! Li que a Nicarágua produziu até hoje apenas 5 longas, e esse é o 5o. E a qualidade técnica impressiona para um país com tão pouca produção de audiovisual, o filme tem uma excelente narrativa e tecnicamente muiuto boa na fotografia, áudio e montagem.
María (Ara Alejandra Medal), uma menina de 11 anos, mora em um lixão com sua mãe Lilibeth (Virginia Sevilla). Elas vivem de catar lixo. Lilibeth contraiu dívidas com agiotas, e prometeu dar os filhotes de sua cadela como parte do pagamento. Mas Maria dá comida que achou no lixão para os filhotes que acabam morrendo. os agiotas surgem e ameaçam Lilibeth, que ainda sofre estupro. A mãe decide abandonar a filha em um centro de reciclagem de garrafas descartáveis e vai trabalhar em uma plantação. Só e abandonada, Maria faz amizade com um menino que trablha no centro, que abriga os menores para trabalho escravo. mas Maria foge, determinada a encontrar sua mãe.
Com tanta dureza, o filme resguarda momentos para o realismo fantástico, mas sem a fantasia de "O labirinto do fauno". Aqui é um olhar mais terceiro mundista, e a diretora e roteirista sabe que tem uma história triste em suas mãos. Ela não economiza no drama, mas ainda assim, traz delicadeza e poesia ao filme, e muito do sucesso do filme e dignidade se deve ao trabalho formdiável do elenco.
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