Amparo

"Amparo", de Simón Mesa Soto (2021) Vencedor de 17 prêmios, entre eles um especial no Festival de Cannes 2021, 'Amparo" é um excelente drama colombiano, co-produzido pelo Qatar, Suécia e Alemanha. O filme é angustiante, bem no estilo dos filmes humanistas dos irmãos Dardenne, com o espectador sofrendo a cada segundo pelo que pode acontecer com o destino dos personagens. Parece uma história sadica, para fazer a protagonista sofrer cada vez mais e mais, e de fato chegou uma hora que eu não aguentava mais. Porém, a performance de Sandra Melissa Torres, uma não atriz no papel principal, é de se tirar o chapéu. Que força, que densidade e garra! Ela interpreta uma mãe coragem, que vai defender seu filho com todas as possibilidades que tem. AMbientado nos anos 90 na Colômbia,a ssolada pela corrupção nas forças militares, Amparo é uma mãe solteira que trabalha na lavanderia de uma empresa. Ela procura sobreviver enquanto cria seu filho Elias, de 18 anos, e sua filha Karen, de oito. Ela fica alarmada quando Elias, um estudante que abandonou a faculdade e passa o tempo ocioso nas ruas, um dia não consegue voltar para casa. Após uma busca angustiante, ela descobre que ele foi convocado pelo exército. Ele foi levado por um caminhão militar e deverá ser enviado para a zona de guerra do país dentro de algumas horas. Ela embarca numa corrida contra o tempo para tentar salvá-lo do seu destino, mas para conseguir o dinheiro que o esquema de corrupção exige para libertar seu filho a tempo, Amparo terá que perder qualquer resquicio de dignidade. A câmera persegue Amparo por quase todo o filme, em sua peregrinação sem fim para tentar retirar seu filho do quartel antes dele ser enviado à guerra. O mais lindo e emocionante do filme é a cena onde ela o encontra e o menino chora, dizendo que tem medo e que não quer ir pra guerra. Uma cena de rasgar o coração.