quinta-feira, 30 de março de 2023

Sombras de um crime

"Marlowe", de Neil Jordan (2022) Neil Jordan foi um dos cineasta ingleses mais premiados e conceituados dos anos 80 e 90. Lançou clássicos cults como 'dançando com um estranho", 'Traídos pelo desejo" e principalmente, "Mona lisa". Lian Neeson hoje em dia virou sinônimo de herói de filmes de ação. Os dois juntos já haviam trabalhado em 2 outros filmes: "Michael Collins" e "Café da manhã em Plutão". Agora, se reúnem novamente para uma releitura do detetive criado por Raymond Chandler, Philip Marlowe, já interpretado por Humphrey Bogart na obra prima "À beira do abismo", de 1946. Jordan decidiu em pleno 2022 trazer novamente o policial noir, tão característico de filmes dos anos 40 e 50. Mas os tempos são outros, e o ritmo elegante mas extremamente lento da produção acaba tornando a narrativa bastante cansativa e arrastada. De positivo, o filme tem a linda fotografia de Xavi Giménez, a direção de arte e a reconstituição de uma Los Angeles vibrante e babilônica de uma Hollywood decadente e repleta de corruptos e mau feitores, curiosamente o mesmo tema de "Babilônia", de Damien Chazelle. Marlowe (Neeson) é contratado pela jovem Clara Cavendish (Diane Kruger), filha da famosa atriz Dorothy (Jessica Lange). Clara é casada, mas deseja saber o paradeiro de seu amante, Nico, o assistente de produção de uma produtora de cinema. Marlowe acaba se envolvendo com produtores, traficantes, gangsters, prostitutas e toda sorte de tipos existentes em filmes noir. REunir atores como Neeson, Kruger e Lange em um memso filme seria motivo de sobra para assistir ao filme. Uma pena que o filme, apesar de tão belo e caprichado, seja tão sem alma, sem energia.

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