sábado, 4 de março de 2023

R.M.N.

"R.M.N", de Cristian Mungiu (2022) O cineasta romeno é dos realizadores mais prestigiados de seu país, considerado o representante mais importante da Npuvelle vague romena. Em 2007, venceu a Palma de ouro em Cannes pelo contundente "4 meses, 3 semanas e 2 dias". Depois, lançou um dos episódios de "Contos da era dourada", "Além das montanhas" e "A graduação". Com "R.M.N", Mungiu fala de um dos problemas mais graves enfrentados pelos países da Europa: a xenofobia e racismo. O título "R.M.N", vem da “ressonância magnética nuclear”, um exame que o pai do protagonista faz. Matthias trabalha na Alemanha em um abatedouro de ovelhas, mas discute com seu chefe de forma violenta e acaba retornando à sua vila na Transilvânia, onde deixou seu filho pequeno de 8 anos, Rudi, aos cuidados da ex-esposa, Ana. Na vila, existe uma comunidade multiétnica (alemã, romena, húngara) e as pessoas mal se comunicam com tantas línguas distintas. Quando a amante de Mathias, Csilla, dona de uma panificadora, contrata 2 imigrantes do Sri Lanka, a comunidade se exalta em violência. O que mais impressiona no filme é uma brilhante cena no terceiro ato, em um plano fixo de 17 minutos sem corte, onde existe uma discussão entre os moradores sobre o detsino dos imigrantes do Sri Lanka. Absolutamente todos em cena, e são mais de 100 pessoas, estão excelentes, vivos em cema, com uma verdade, dinâmica, ritmo e timing impressionantes. Por essa cena, o filme já vale ser visto. Não é tão visceral quanto "4 meses..", mas ainda assim, é potente. A cena final é comfusa e eu mesmo não entendi, caminhando para elementos de realismo fantástico.

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