quarta-feira, 15 de março de 2023

Pelo amor e pela morte

"Dellamorte dellamore", de Michele Soavi (1994) Para quem busca um clássico cult extremamente bizarro e obscuro, a boa e imperdível pedida é "Pelo amor e pela morte", do cineasta italiano Michele Soavi, adaptado de uma história em quadrinhos de Tiziano Sclavi e seu personagem Dillan dog. O filme me lembrou bastante de "Os mortos não morrem", de Jim Jarmusch, filme de 2019. Michele SOavi é um cineasta italiano que realizou diversas obras de terror, entre elas, o mega clássico "O pássaro sangrento". Os cadáveres de um cemitério de uma cidade pequena começam a voltar à vida, sete dias depois de sepultados. O coveiro e zelador do local é Francesco Dellamorte (Rupert Everett), que se vê apaixonado por uma jovem viúva que tem visitado o túmulo do marido, recentemente falecido. A rotina de trabalho de Francesco e seu ajudante Gnaghi,uma espécie de Igor mudo e com problemas mentais, fica alterada pela necessidade de combater os zumbis, que aparecem em número cada vez maior, tendo que acertá-los sempre na cabeça, com tiros ou golpes de pá ou picareta, para que não retornem mais. Mas quando a sua amada morre e retorna como zumbi, Dellamorte passa a ter visões e começa a matar os vivos. Olha, sinceramente o roteiro é tão louco, que nem vale a pena tentar tirar qualquer lógica dele. Mais divertido vai ser se deixar levar pelas extravagâncias tanto de cenas, quanto do visual trash, mas ainda assim, encantador pela sua coragem e ousadia. Um belo exemplo é o primeiro beijo do casal, em um ossário real de um cemitério, todo imundo e cheio de poça de água suja, onde eles se beijam representando o quadro de Magriotte, "Os amantes", cobertos de pano preto e vermelho. O filme. é mais longo do que deveria, perdendo o ritmo lá pelo meio, mas vale a pena assistir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário