domingo, 2 de outubro de 2022

We were once Kids


 "We were once kids", de Eddie Martin (2021). Não tem como nã comparar o filme a "Cidade de Deus-10 anos depois", de Cavi Borges e Luciano Vidigal. "We were once kids" apresenta, 26 anos depois, o que aconteceu com o elenco adolescente do mais polêmico filme dos anos 90, "Kids", de Larry Clark, que expôs menores de idade a cenas de sexo, estupro, violência, uso de drogas e bebidas alcólicas, e em fortes contextos de homofobia, racismo e misoginia.  Enquanto alguns atores obtiveram o estrelato, como Chloe Sevigny e Rosario Dawson,  outros ficaram no ostracismo. Dois dos protagonistas faleceram jovens: Justin Pierce, que interpretou Casper, e Harold Hunter, no papel de Harold. O primeiro se suicidou em um Hotel de Las Vegas, se enforcando aos 25 anos, e Harold morreu de overdose. O mais trágico e triste foi que justamente os dois que subiram nos palcos do Spirit awards para receber o prêmio de melhor filme na época, sonhando com o estrelato, é que vieram a morrer. Harold sonhava em ser um novo Samuel L. Jackson. Os que permaneceram reclamam que Harmone Korine, o roteirista, e Larry Clark, o diretor, os abandonou e não deu nenhum centavo das vendas de bilheteria ou de material relacionando ao filme, como fotos promocionais do elenco. O filme custou 5 milhões e rendeu 25 milhões de dólares. O cachê que todos receberam foi bem ínfimo. O filme ainda expôs alguns atores a cenas que os deixou em saia justa na vida real, pois o público acreditava ser um documentário. A cena de Hamilton Harris enrolando um cigarro de maconha na praça lhe trouxe sérios problemas com a família e na vida pessoal. Clark e Korine se recusaram a falar para o filme. Houve acusações de que Larry obrigasse os jovens a fazerem cenas que não queriam. Todos foram escalados nas ruas, nas pistas de skate. Boa parte morava em bairros de periferia, pobres, e toparam fazer o filme por mixaria. "We once were kids" ganhou o prêmio de melhor edição em Tribeca 2021. 

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