quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A última sessão de cinema


 "Chhello show", de Pan Nalin. 'A última sessão de cinema", de Pan Nalin. Fazia tempos que eu não chorava tanto com um filme. E no final, fiquei minutos em lágrimas por conta do amor que esse filme indiano declara à sétima arte, citando os maiores cineastas da história, através da narração do protagonista, o pequeno Samay (Bhavin Rabari, extraordinário!!!!), de apenas 9 anos. O filme foi indicado pela Índia a uma vaga ao Oscar 2023, e recebu inúmeros prêmios em festivais.A maioria dos críticos cita o filme como o ''Cinema Paradiso" indiano", mas o filme vai além. Ele conta de forma poética e melancólica sobre o fim do cinema de película e a entrada do cinema digital, com o extermínio de projetores, latas de negativos e as profissões dos projecionistas. Samay (Bhavin Rabari) mora com seus pais e sua pequena irmã numa pequena estação ferroviária no interior da Índia. O pai já teve posses, mas os irmãos lhe roubaram as 500 cabeças de gado. Hoje, ele tem uma barraquinha de venda de chá para vender aos passageiros que descem de trem. Samay ajuda seu pai a vender o chá. Um dia, seu pai leva a família para ver um filme no cine Galaxy, e Samay fica apaixonado pelo filme e pela fotografia. Ele decide ir toda tarde pro cinema ver um filme. Sem dinheiro, ele oferece a comida que sua mãe prepara para que o projecionista o deixe ver filmes na sua cabine, e se tornam grandes amigos. Mas o pai de Samay o proíbe de ver filmes, pois diz que é para vagabundos. Samay junta seus amigos e rouba trechos dos negativos que estão no depósito, e cria um esquema de projetar na parede de uma vila abandonada. A cena onde Samay e os amigos projetam filmes e fazem sonorização amadora é antológica. Outra cena de cortar o coração é quando ele testemunha o destino dos projetores e celulóides na fábrica, após o fim da era da película: viram talheres, tintas e pulseiras. O filme é obrigatório para qualquer cinéfilo, que irá se identificar se forma camaleônica com o protagonista. Um primor.



Nenhum comentário:

Postar um comentário