terça-feira, 25 de outubro de 2022

Os agitadores


 "Os agitadores", de Marco Berger. O cineasta argentino Marco Berger é dono de uma filmografia facilmente identificável e que se mostra presença obrigatória em qualquer Fetstival queer do mundo. Celebrado como uma das vozes mais potentes do cinema LGBTQIAP+, Berger durante boa parte de sua trajetória trabalhou em conjunto com o fotógrafo Marco Farina. Aqui, é a primeira vez em que não trabalham juntos, mas a estética e linguagem continua a mesma: muitos planos estilizados, como um grande comercial, mostrando corpus totalmente nus de um elenco de dez dos mais belos homens da Argentina, sem nenhum puder em cenas onde o homoerotismo se faz presente com força total. Muito tesão, voyeurismo, e para quem assistiu a outros filmes do cineasta, como "Taekwondo", que lembra bastante esse aqui, sabe o que irá encontrar. 

Um grupo de 10 amigos, jogadores de hockey, passam uma semana na rica mansão de um deles, isolada. Entre brincadeiras idiotas de machos heteros repletos de masculinidade tóxica, misoginia, homofobia, a todo momento fazem piadas sobre gays, pegando nos pênis um dos outros, nas bundas, simulando sexo anal. Um deles é gay enrustido, e com medo de seus amigos o rejeitarem, ele se sente oprimido. Até que a violência explode.

Bom, qualquer apreciador de Marco Berger sabe que o que menos importa é o roteiro. Tensão sexual é o ponto de partida, sempre, com muitas cenas em closes de genitais e corpos sarados. Fico bobo pensando aonde Berger consegue escalar todo esse elenco, que podem não ser atores fodas, mas cumprem os seus personagens com dignidade. 

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