sábado, 15 de agosto de 2020

O segredo do bosque dos sonhos

"Non se sevizia un paperino", de Lucio Fulci (1972)
Clássico giallio italiano, dirigido pelo Mestre Lucio Fulci, um dos expoentes do gênero que celebrizou cineastas como Dario Argento e Sergio Martino. O filme ficou décadas proibido em diversos países, pelas polêmicas envolvendo a Igreja católica e uma das cenas mais pervertidas da história do cinema: uma jovem, Patrizia (Barbara Bouchet) é vista na pequena cidade da Sicília, Accendura, como uma prostitua, por conta de suas roupas provocativas. Ela na verdade é uma pedófila que seduz os garotos, e em uma cena, cortada em algumas versões, ela está totalmente nua e chama o menino para a sua cama.
Na região de Accendura, 3 meninos são assassinados brutalmente. Existem vários suspeitos: um homem que foi motivo de chacota dos meninos; uma bruxa (Florinda Bolkan, brasileira que fez muito sucesso na Itália nos anos 60 a 80, e trabalhou inclusive com Visconti). Patrizia, e outros.
O filme já é um exemplar fora do eixo dos filmes de suspense e de serial killer, pois as vítimas são crianças, um caso raro, pois o cinema sempre evitou mostrar os pequenos sendo assassinados. Mas Lucio Fulci não tem o mínimo problema com isso, e as mortes são brutais. Outra cena antológica e bastante violenta, é a da morte de uma das personagens, à base de correntadas que lhe arrancam nacos de carne. Uma cena tão brutal que raramente foi ultrapassada, mesmo em filmes recentes. A cena final também faz parte de qualquer antologia dos melhores momentos do giallio: a cena onde o/a criminoso/a cai do penhasco e tem seu rosto dilacerado pelas pedras. Um primor de criatividade. No elenco, a presença da grande atriz grega Irene Papas, dando um toque de potência ao filme.

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