sábado, 15 de agosto de 2020

Borboleta com as asas ensanguentadas

"Una farfalla con le ali insanguinate", de Duccio Tessari (1971)
Clássico do giallio italiano, "Borboleta com as asas ensanguentadas" é um título obscuro, mas recentemente ganhou status de cult e também de ser um dos melhores exemplares do Gênero.
Filmado em Milão, em locações belíssimas, o filme tem uma trilha sonora estonteante de Gianni Ferrio. O roteiro é tão bom que merecia até uma refilmagem.
A melhor amiga da filha de um famoso apresentador esportivo de tv , Alessandro, é assassinada em um dia de chuva no parque. Alessandro se torna o principal suspeito e é preso. Para surpresa de todos, tanto de sua filha, Sarah, quanto sua esposa, Maria, mais dois assassinatos acontecem. Sarah conta com a ajuda de Giorgio (Helmut Berger, ator fetiche de Visconti) para dar conta de seu luto pela morte da amiga. Enquanto os policiais procuram desvendar os novos assassinatos, todos parecem ser suspeitos.
De todos os filmes giallio, esse talvez seja o que mais se aproxima da obra de Agatha Cristie, que é a origem do Gênero nos anos 20, na literatura. Diferente dos outros exemplares, o filme investe bastante em cenas de tribunal, relatos das testemunhas, fazendo uso de flashbacks; não há nudez no filme, caso raríssimo. Logo no início, o filme mostra que quer se diferenciar dos outros, com bastante apuro no visual e na estilização: os créditos iniciais contam com a moldura de uma borboleta, e os personagens são apresentados em seus nomes e as relações com os outros personagens, como se fosse um perfil descrevendo=os para o espectador. Muito curioso e ótima narrativa.

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