sábado, 8 de agosto de 2020

Pecados de guerra

"Casualties of war", de Brian de Palma (1989)
Um dos mais subestimados filmes da carreira do Mestre Brian de Palma, "Pecados de guerra" é uma adaptação do livro escrito por Daniel Lang e publicado em um artigo para o The New Yorker em 1969. Baseado em história real, o filme é uma porrada no estômago, e me lembro que quando assisti na época do sue lançamento, em 1989, fiquei tão chocado que saí do cinema destruído. O filme gira em torno da história de uma jovem vietnamita, sequestrada por um pelotão de soldados americanos de sua vila, e consequentemente estuprada por todos e morta a tiros e facadas. O pelotão é formado por cinco soldados: o sargento Meserve (Sean Penn), o soldado Eriksson (Michael J. Fox), o capitão Thomas (Don Harvey), Herbert )John . Reilly, em sua estréia no cinema) e Antonio Diaz (John Leguizamo). Eriksson representa a consciência e tenta fazer de tudo para evitar os estupros e o assassinato da jovem, mas encontra resistência dos outros. O caso foi posteriormente levado ao tribunal.
Filmado na Tailândia, o filme tem trilha sonora do Mestre Ennio Morricone, a fotografia de Stephem Brum, parceiro habitual de Brian de Palma. de Palma vinha do seu mega sucesso "Os intocáveis", de 1987, e resolveu apostar em uma história trágica, que desde 1969 ele tentava levar às telas. A sua sorte é que ele contou com um excelente elenco, incluindo a poderosa e visceral Thuy Thu Le, como Oahn, a jovem sequestrada. Um trabalho incrível da jovem vietanamita. Sean Penn tem a energia necessária para o seu vilanesco personagem. E a grande surpresa acaba sendo Michael J Fox, uma aposta ousada mas certeira de Brian de Palma. Fox, por conta do gigantesco sucesso de "De volta para o futuro", e também pelo sucesso de sua série de humor "Caras e caretas", seria a pessoa menos provável para interpretar um soldado americano testemunhando os horrores da Guerra d Vietnã. Mas ele conseguiu, graças à ajuda de de Palma e de Sean Penn, que o instigou para trazer o sue lado animalesco à tona. Um belo filme, difícil e atordoante de assistir, quase impossível. Mas que acaba se tornando um libelo contra as atrocidades cometidas por soldados. A cena do assassinato da jovem é dos momentos mais brutais da história do cinema.

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