sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Marilna, assassina em 4 atos

"Marlina si pembunuh dalam empat babak", de Mouly Surya (2017)
Que filme sensacional! Imaginem uma mistura insana de filme de samurai, faroeste, feminista e Indonésio, e que se passa nos dias de hoje! Concorrendo no Festival de Cannes, o filme é dirigido pela cineasta indonésia Mouly Surya, e as protagonistas são duas mulheres que precisam lutar contra uma quadrilha de bandidos saqueadores e estupradores! Não bastasse isso, os maridos das duas mulheres as abandonam, e elas estão sozinhas na luta, pois nem a polícia as ajuda.
O roteiro do filme é bem simples, e já foi contada diversas vezes. A diferença é que agora o protagonismo é feminino, e os vilões, são todos os homens da sociedade patriarcal e machistas que acham que lugar de mulher é fazendo sopa de galinha e parindo filhos. As duas atrizes, Marsha Timothy , no papel de Marlina, e Yayu A.W. Unru, como a grávida Raja, são duas forças da natureza, que fariam Tarantino e Sergio Leone se orgulhar e certamente, incluir em seu elenco. Além das referências óbvias a esses dois cineastas, a trilha sonora também traz elementos de Ennio Morricone.
Mas Mouly Surya traz uma identidade própria: o seu faroeste é quase todo em planos gerais, com poucos closes, e ela sabe como poucos como dar dinâmica aà uma narrativa. OS enquadramentos são muito bem elaborados, os tempos do corte na edição, a trilha sonora bela e repleta de conceitos, e claro, a fotografia mastodôntica de Yunus Pasolang, fazendo uso de cada centímetro dos cenários e locações. Imperdível.

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