terça-feira, 18 de agosto de 2020

Spree

"Spree", de Eugene Kotlyarenko (2020)
"Spree" quer ser o cult "Psicopata americano" da geração millenium. Um jovem morador de uma cidade na periferia de Los Angeles, Kurt Kunkle (Joe Keery, o Steve de "Stranger things"), tem uma missão na vida: ganhar seguidores em sua rede social. Kurt grava vídeos há anos, mas seus seguidores não passam de dois dígitos. Sofrendo bullying de um garoto, Bobbythecamp, que ele cuidava quando criança, fazendo baby stitting, e que hoje em dia é um influencer bombado, Kurt parte para uma atitude radical: ele se inscreve no Spree, uma espécie de Uber, e resolve assassinar os seus passageiros. Ele transmite os assassinatos ao vivo, mas nem assim os vídeos bombam. Ele resolve então sequestar uma comediante bombada na rede, Jessie Adams (Sasheer Zamata, de "Satruday night live", para que ela lhe ensine como bombar de seguidores.
uma óbvia crítica às redes sociais, aos aplicativos de motorista e aos Influencers, que fazem de tudo para ficarem famosos, "Spree" busca óbvias referências de "O Rei da comédia", "Taxi driver" e outros filme sonde o protagonista é um anti-herói do Mal, algo meio "Joker", cuja escalada a uma psicopatia acaba chamando atenção da mídia pelos piores motivos.
O filme usa o humor negro como fio condutor da trama. Kurt quer ser carismático, divertido, mas segundo Jessie, sem talento, não adianta nada. O filme aproveita para botar uma crítica ferrenha aos seguidores de Trump: os assassinados são racistas, misógenos, pessoas escroques que acabam ganhando a simpatia do espectador, algo que Trevis Bikle, de Robert de Niro, simplesmente aprovaria. O filme é todo rodado pelo ponto de vista de câmeras de celar, câmeras de segurança e go-pros, um Found footage da nova era. Joe Keery é um ótimo ator, mas aqui o personagem se perde na indefinição do gênero que o filme quer abraçar. E pasmem, um filme com premissa tão simples, não pode ter quase 100 minutos de duração, não sustenta.

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