domingo, 9 de agosto de 2020

O sol enganador

"Utomiennye solntsem", de Nikita Mikhalkov. (1994)
O cineasta russo Mikhalkov tem pelo menos 3 obras-primas em sua filmografia: "Olhos negros", que deu a Palma de Ouro em Cannes de melhor ator para Marcello Mastroiani, o documentário "Anna dos 6 aos 18", e "O sol enganador", que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1995 e 2 prêmios no Festival de Cannes: Melhor filme do grande prêmio do juri, e o Prêmio ecumênico. O filme é um épico familiar, que se passa em um único dia, um domingo de verão de 1936.
O próprio Mikhalkov interpreta o protagonista, o Coronel Sergey Kotov, herói da revolução Bolchevique. Ele está passando seu dia de folga na casa da família, na área rural da União Soviética. Ele mora com os avós, sua esposa, Marusya e sua filha de 6 anos, Nadja( Nadja Mikhalkov, filha do cineasta). Todos vivem um dia idílicom ensolarado, feliz, quando súbito, surge Dimitri (Oleg Menshikov), ex-namorado de Marusya e que a perdeu para Sergey. Demitri estava sumido há 10 anos, era músico, e agora, sob a verdadeira identidade escondida: ele agora é agente da polícia política à serviço de Stalin, e veio para prender Kotov, considerado espião da Alemanha e do Japão. Mas Dimitri somente irá avisar as suas reais intenções a Kotov, enquanto o restante da família o recebe de braços abertos e o convidam para ir à praia e jogar futebol.
Com roteiro escrito por Mikhalkov e Rustam Ibragimbekov,
O Sol enganador" vai indo leve, divertido, repleto de humor, alegria e momentos de delicadeza, até chegar a um desfecho bastante violento. A mudança de tom é um choque, auxiliado graças ao talento de Mikhalkov na direção, à fotografia, trilha sonora, locação, e claro, ao talento dos atores. Mikhalkov está excelente como o coronel, e sua filha Nadja está assombrosa.
Soube depois que o filme teve uma continuação em 2010, e que foi destruído pelo público e crítica. Prefiro não assistir e fica com a memória desse filme brilhante.

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