terça-feira, 22 de novembro de 2022

Triângulo da tristeza

"Triangle of sadness", de Ruben Östlund (2022) Grande vencedor da Palma de ouro de melhor filme no Festival de Cannes 2022, é impossível não pensar na morte de sua protagonista, a jovem atriz sul africana Charlbi Dean, morta aos 32 anos de idade em Manhattan de causa misteriosa. De grande talento e de extrema beleza, Chaslbi entrega uma performance que certamente a faria uma grande estrela em Hollywood, na escala de Charlize Theron, que também começou como modelo. O filme, de quase 150 minutos de duração, eu diria, é quase que um remake de "O anjo exterminador", de Bun˜uel, onde pessoas muito ricas ficam presas em um contexto e não conseguem sair. Dessa forma, a luta de classes tona-se mais evidente, com as disparidades sobre o privilégio. Mas e se essa posição s einverter? É isso o que propõe o roteirista e diretor sueco Ruben Östlund, duas vezes premiado com a Palma de ouro de melhor filme. Ele já havia faturado em 2017 por "The square", também uma crítica impiedosa ao mundo dos ricos, vistos através do mundo da arte. Em 'Triângulo da tristeza", lidamos agora com o mundo da moda e dos poderosos, que se encontram em um luxuoso iate, comandado por um capitão alcólatra (Woody Harrelson). No iate, encontram-se ricos de várias nacionalidades, esbanjando dinheiro, enquanto a tripulação, especialmente os filipinos, tornam-se os invisíveis. Mas quando um temporal e uma explosão afundam o iate, os poucos sobreviventes tentam se virar em uma ilha deserta. Abigail (Dolly De Leon, atriz filipna, brilhante), chefe d alimpeza dos quartos, decide tomar a rédea da situação e se auto intitular a capitã, afinal, é a única que sabe pescar, fazer fogueira e outras atividades. Na ânsia do poder, Abigail acaba roubando o namorado de yaya, o também modelo Carl (Harris Dickinson). Um estudo feroz sobre relação de poder, luta de classes, machismo estrutural, o filme poderia ser uma versão empoderada de "Titanic" misturada a "O anjo exterminador". Assim como em "The square", Ruben aponta suas lentes para os fortes e também para os oprimidos, que também possuem sua chance de revanche. Seus filmes fazem pouco caso dos ricos, apresnetados como alegorias do nnababesco, da decad6encia. Poderia ter uns 20 minutos a menos, uma vez que é dividido em 3 capítulos. Mas vale muito a pena ser visto.

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