sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Scarborough

"Scarborough", de Shasha Nakhai e Rich Williamson (2021) Drama que é um verdadeiro soco no estômago, 'Scarborough" é adaptado do romance da canadense CAtherine Hernandez, que por sua vez fez a adaptação do roteiro para o filme. O filme apresenta o bairro de Scarborough, na área pobre de Toronto, através do ponto de vista de 3 crianças que sofrem com o desmeprego de seus pais, além de relação abusiva e violência doméstica. Impossível não associar o filme a "Projeto Florida", que retrata a extrema pobreza e o sonho de crianças que mesmo diante de tantos infortúnios, desejam um futuro melhor. O romance centra-se em três crianças — Bing, um menino filho de filipinos lutando com sua identidade sexual; Laura, uma garota que anseia por estabilidade, pois está continuamente sendo arrastada de um lado para o outro entre as casas separadas de sua mãe e de seu pai, um viciado em drogas e Sylvie, uma menina cuja família vive em um abrigo para sem-teto. Filha de indígenas, a mãe de Sylvie luta para cuidar do marido doente e do filho autista. E tem também a professora Hina, uma muçulamana que sofre preconceito por parte da diretora e de alguns pais, e que procura trazer humanidade no relacionamento com as crianças na escola. Bing, Laura e Sylvie são reunidos por um programa chamado Ontario Reads, que é criado em sua escola e administrado por Miss Hina (Aliya Kanani), uma mulher gentil com um profundo conhecimento do tipo de apoio que as famílias de baixa renda precisam. O Ontario Reads abre todos os dias a partir das 8h e oferece um espaço para crianças e pais conviverem, aprenderem e, principalmente, comerem refeições gratuitas. O filme tem exagerados 138 minutos, e fico pensando no quanto o filme teria sido primoroso com pelo menos 30 minutos a menos. O filme vai buscando histórias de cada uma das crianças e em seus pais, esticando demais a narrativa. O fato de ter uma narrativa que vem do documental, tipo irmãos DArdenne, faz o filme esticar muito por conta dos improvisos. De qualquer forma, a grande força do filme é o trabalho comovente das crianças, e também, dos adultos. A história de LAura é a que mais traz tons de tragédia, por envolver suicídio infantil. A cena final, de Bing cantando no karaokê "I wanna dance with somebody", de Whitney Houston é mágica.

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