terça-feira, 15 de novembro de 2022

A viagem de Pedro

"A viagem de Pedro", de Laís Bodansky (2022) Vencedor dos prêmios de melhor direção para Laís Bodansky e melhor ator coadjuvante para Sergio Laurentino no Festival do Rio 2021, “A viagem de Pedro” é uma ambiciosa retratação dramática experimental da mesma cineasta de “As melhores cosias do mundo” , “Bicho de sete cabeças” e “chega de saudades”. "Como é que eu vou ganhar uma Guerra de pau mole?”. Essa é a frase dita por Dom Pedro I no momento de um exame médico. O filme traz essa metáfora do símbolo de masculinidade que Dom Pedro I foi, com muitas amantes e segundo historiadores, contraiu sífilis , o que teria causado a sua morte. Essa instabilidade emocional, advinda de seus problemas de impotência fazem parte dos delírios do protagonista enquanto viaja na fragata inglesa Warspite em direção à Portugal no ano de 1831. O imperador se vê obrigado a retornar à Europa, pois seu irmão. D. Miguel (Isac Graça), ameaça tomar o trono de Portugal para si, uma vez que os próprios portugueses estariam desgostosos com o abandono da família real ao território português. Por conta disso, D. Pedro I embarca numa viagem pouco planejada, bastante às pressas, e deixa para trás não só o grande amor de sua vida, Domitila (Rita Wainer), mas também seu filho, D. Pedro II, que fica no Brasil sozinho, sendo ainda uma criança. A viagem irá fazer com que Dom Pedro I (Cauã Raymond) sofra delírios referentes a muitos temas, e imaginando conversas imaginárias com seu irmão, suas amantes, homens de Poder. Dom Pedro morreu aos 35 anos, em 24 de setembro de 1834, em Portugal. O filme vai até a sua chegada em Portugal, dizendo por cartelas que ele venceu a batalha contra o seu irmão e colocou sua filha como Imperatriz. Depois, diz que ele veio a falecer. Provavelmente muito da escrita do filme é ficcional. Os roteiristas, a partir do momento que incluiram o delírio na trama, puderam optar por recriações sou mesmo criar situações ficcionais para deixar mais clara a figura de Dom Pedro I proposta pela produção. Tendo o ator Cauã Raymond no papel principal, a figura exala sensualidade e são muitas as cenas de nudez e sexo. E sua performance , repleta de falas estrangeiras, funciona bastante mediante a direção de Laís, adornados por uma fotografia, figurino, maquiagem e direção de arte espetaculares.

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