sexta-feira, 14 de junho de 2024

Só Deus perdôa

"Only God forgives", de Nicolas Winding Refn (2013) Assisti a esse filme em 2013, ano em que foi exibido com muita expectativa no Festival de Cannes, 2 anos depois do grande sucesso de "Drive", do mesmo diretor e roteirista dinamarquês Nicolas Winding Refn e do ator Ryan Golsing. O filme, no entanto, foi bastante criticado, tendo recebido muitas vagas e acusado de ser exibicionista, focado apenas no estilo e forma, e menos no conteúdo. Talvez influenciado pelos comentários, fiquei bastante frustrado. Mas agora, revendo o filme 11 anos depois, vejo que estava bastante enganado: o filme é espetacular. Todo o trabalho de direção, trilha sonora de Cliff Maryinez e a fotografia de Larry Smith, ambos de "Drive", criam uma atmosfera de pesadelo, de pessimismo, trazendo fortes cores vermelha e azul para as imagens rigorosamente estudadas, tanto em enquadramento, quanto em movimentos de câmera. Ryan Gosling encarna a persona do homem silencioso, seme xpressão, só que aqui, voltado para o Mal. Kristin Scott Thomas dá vida à uma das vilãs mais bitchies e estilosas do cinema moderno, uma versão de Jocasta e Édipo repletas de insinuação incestuosa. E a cereja do bolo é o hiper mega violento anjo vingador do policial tailandês interpretado pelo astro do país Vithaya Pansringarm, que entre um massacre e outro, se apresenta cantando calmamente em um karaokê para seus colegas policiais. O filme como um todo é uma absoluta obra de arte, se não de dramaturgia, de estilo e composição.

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