domingo, 16 de junho de 2024

Eureka

"Eureka", de Lisandro Alonso (2024) Talvez 2 das mais criativas transições temporais e geográficas que eu tenha visto no cinema, pertecem a esse filme do cineasta argentino Lisandro Alonso: o filme é dividido em 3 episódios independentes, que acontecem em países e épocas distintas. A 1a transição se dá através da televisão, e a seguinte, através de uma lindíssima cegonha, que deve ter dado um trabalho herçuleo para ser filmada e executar as cenas necessárias. Concorrendo à Palma de ouro em Cannes 2024, "Eureka" é do mesmo diretor argentino de "Jauja", também com Viggo Mortensen, e co-produzido por Argentina, França, Portugal, Alemanha e México. As locações variam entre Almeria, Andaluiza sul da Espanha, cidade conhecida por ser usada como locação em todos os faroestes de Sergio Leone; Portugal e México. Todas as histórias têm como base a colonização de terras indígenas pelo homem branco, e como o processo de miscigenação dos povos acabou destruindo o povo indígena e a sua cultura. A 1a história acontece no velho oeste, com Viggo Mortensen interpretando Muprhy, um homem em busca de sua filha, sequestrada por fora da lei; a 2a história acontece nos anos 70 na gelada região de Dakota do Sul, na comunidade indígena de Oglala Lakota, com um dos índices de maior pobreza dos Estados Unidos. Ali, os indígenas foram entregues as drogase e ao alcoolismo. Uma policial,Alaina (Alaina Clifford), patrulha a reserva. A sua sobrinha, Sadie (Sadie Lapointe), uma treinadora de basquete que está cansada de viver na reserva e tem desejos espirituais de ir para outra região. Aí acontece a 3a história, na floresta amzônicam onde um indígena (Adanilo, de "Noites alienígenas") é obrigado a sair de seu povoado para trabalhar no garimpo. Chiara Mastroiani aparece nos 2 episódios mas com personagens diferentes. A opressão ao povo indígena e ao simbolismo do seu massacre, se não físico, cultural, faz do filme um forte alerta. Mas é um filme que exige muito esforço do espectador. longo, extremamente lento e contemplativo, o filme tem lindíssima fotografia fotografada por Mauro Herce e Timo Salminen. Um filme que levou 9 anos para ser realizado e certamente, encherá os olhos do espectador.

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