Despedida

'Despedida", de Vinícius Lopes e Luciana Mazeto (2021) Há tempos eu não assistia a um filme brasileiro infantil tão encantador e mágico como esse filme gaúcho 'Despedida". Trazendo referências de clássicos como "A história sem fim", 'Labirinto do fauno", "A viagem de Chihiro" e "Alice no país das maravilhas", o filme traz elementos bastante densos e sérios para um filme com protagonismo infantil: racismo, sororidade, abandono familiar, depressão, ganância e gentrificação. Com uma forte narrativa feminina, com fotografia fabulesca de Livia Pascal, o filme nos apresenta à mãe e filha: Inês (Patricia Soso) e sua filha de 11 anos Ana (Anaís Grala Wegner) vão passar o carnaval no interior, para o enterro da avó de Ana, Alma (Ida Celino). Ana descobre pelas pessoas que sua avó tinha fama de ser uma bruxa. Ao caminhar pela floresta, Ana se depara com um mundo mágico, ao mesmo tempo que a sua mãe vai perdendo a visão, desde que o pai abandonou a família (Clemente Viscaíno) e ela se mudou para a cidade grande, foi perdendo o encanto da juventude e da imaginação. Para um filme de orçamento baixo, o filme surpreende pelas escolhas criativas para driblar custos, e traz ótimos efeitos de pós produção. A fotografia, a direção de arte de Eder Ramos e a trilha sonora de Caio Amon são impecáveis. O filme foi selecionado para a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; premiado no 50° Festival de Cinema de Gramado (Melhor Atriz e Direção de Arte) da mostra gaúcha e no 19º Fantaspoa (Melhor Filme).