Kill your lover

"Kill your lover", de Alix Austin e Keir Siewert (2023) O gênero terror serve muito aos diretores e roteiristas falarem simbolicamente sobre diversos assuntos: política, luta de classes, ambição, ganância, e até relacionamentos amorosos. Pois o casal Alix Austin e Keir Siewert decidiu escrever e dirigir um filme que falasse metaforicamente sobre o início e o fim de um relacionamento, que se transforma em abusivo e tóxico, ao pé da letra. Usando o body horror, tão comum nos filmes de Cronemberg, "Kill my lover" apresenta o casal na faixa dos 30 anos Dakota (Paige Gilmour) e Axel (Shane Quigley-Murphy). Roqueiros, eles se conhecem, se amam. Logo depois, Axel vai morar com Dakota e as diferenças entre os dois passam a surgir. COm o tempo, Axel vai se revelando ser ciumento. Dakota, por sua vez, estimula em Alex o sexo violento, pedindo que ele a engasgue. Quando no final, Dakota não aguenta mais a relação, Alex desmorona fisicamente. Seu corpo responde com veias negras, onde saem gosmas contagiosas. Trancada no apartamento, Dakota chama paramédicos para ajudá-la. O filme tem momentos que faz lembrar 'A mosca", de Cronemberg, com a transformação de um corpo humano em vísceras e gosmas. Mas o filme, que poderia ter rendido uma excelente parábola sobre casal, acaba ficando no meio do caminho. Não conhecemos a fundo quem é o casal. Quando chegam os paramédicos, fica uma situação meio bizarra, meio tosca. E aí, não tem mais salvação. O que é uma pena. os atores são bons, e o filme tem uma atmosfera clasurtofóbica interessante. Mas faltou um roteiro melhor, com personagens mais bem delineados e construídos.