domingo, 30 de junho de 2024

Adam e Esteban

'Adan y Esteban", de Nicolas Alan Medina e Lucía Rivera López (2022) Curta LGBTQIAP+ argentino, 'Adam e Esteban" exala erotismo em casa segundo, repleto de tensão sexual e para o espectador que a precisa nudez masculina total, como nos filmes de Marco Berger e Martín Farina, famosos por mostrarem os mais belos homens argentinos em total nudez, o filme será imperdível. O roteiro é bem simples e as situações e diálogos, bastante forçadas. Tudo em prol da tensão sexual de dois amigos de colégio, Nacho (Gabriel Mineiro) e Tomi (Santiago Leguizamo). O filme começa com Tomi trazendo Nacho para a casa dele. ambos estão vindo de uma festa e Nacho está completamente bêbado. Tomi decide dar um banho no amigo e depois o leva para a cama. Tomi decide dormir ao lado do colega. Durante a noite, Nacho acorda e ao encontrar Tomi, decide beijá-lo. Tomi de início não gosta e repele Nacho, mas os olhares e o corpo nu do amigo acabam por seduzi-lo, e ambos fazem sexo. De manhã, falam sobre signo, filosofia, literatura e é aí que o filme parece debochar de uma geração de homens aparentemente fúteis, que vivem para se drogar, beber e fazer sexo,e. do nada, falam de temas fora de seu universo. Certamente, o espectador terá outros interesses no filme, que não o roteiro, e isso cumpre com louvor.

A place to stay

"A place to stay", de Charlie Polinger (2018) Vencedor de um prêmio de fotografia na American society of cinematography, "A place to stay" é um romance queer, ambientado em Kansas City 1959: em um período extremamente conservador, Andy (Paul Iacono) mantém um relacionamento com Gordon (Will Beinbrink), que se apresenta em uma casa noturna como uma drag queen. Gordon é mais velho, e diz a Andy que vai embora e não voltará mais, pois precisa se dedicar à sua família. É quando Andy, surpreso, descobre que seu amante é casado com Rose (Breeda Woll) e tem 3 filhos. Sentindo-se abandonado, Andy decide ir atrás de Gordon munido de uma foto com Gordon caracterizado de drag e chantageá-lo com sua esposa Rose. Há tempos eu não assistia a um filme com um personagem tão irritante. Andy faz o papel de "esposa traída" e fica o tempo todo chantageando e querendo destruir a vida de Gordon. Por mais que no final, o filme queira fazer a redenção de Andy e dizer que na verdade, ele queria que Gordon se aceitasse como gay e nao se escondesse, a forma como Andy se comporta e invade a privacidade de Gorodn, além de agir de forma misógena com Rose me deixou muito irritado. O melhor do filme acaba sendo a fotografia e a direção de arte, que para um filme de baixo orçamento, cumpre bem o seu papel.

Follow me

"Volg mij", de Anthony Schatteman (2015) Drama LGBTQIAP+ belga, "Me siga" apresenta uma relação tóxica entre um adolescente, Jasper (Ezra Fieremans), estudante de artes da turma do professor Gerald (Maarten Ketels). Gerald tem uma namorada, mas Jasper o deseja ardentemente. Jasper trabalha em uma sauna gay, e para sua surpresa, Gerald surge. Eles fazem sexo. A partir desse momento, Jasper passa a stalkear Gerald, que não quer mais manter o relacionamento. Um filme sexy, com ótima fotografia, que intensifica a atmosfera de sedução. Um jogo de desejo bem captado pelas lentes do fotógrafo Ruben Appeltans. O filme é escrito, dirigido pelo mesmo cineasta do ótimo "Petit ami", e ambos protagonizados pelo belo e talentoso Ezra Fieremans. As cenas na sauna gay são bastante homoeróticas e fotografadas com muita estilização.

Laranjas no verão

"Des orange en eté", de Cameron Felipe (2024) Curta francês Lgbtqiap+, "Laranjas no verão" é um romance que apresenta 2 jovens gays melancólicos e solitários, um deles, suicida em potencial. Rafael (Willian Bonnet) mora com sua irmã. Fã da literatura de Albert Camus, Rafael se sente solitário e decide se jogar de um prédio, até que é salvo por Jean (Adrien Jacks), um belo rapaz apaixonado por dança. Rafael e Jean passam a s erelacionar, e Rafael volta a sentir prazer na vida, até que um dia, Jean vai embora, deixando um bilhete.\ Os dois atores são bastante fotogênicos e vê-los em cena circulando por lindas locações já é um grande ponto positivo. O roteiro, simples, é apenas pano de fundo para fazer comentários de que juventude e beleza muitas vezes, não é o suficiente para trazer a felicidade às pessoas.

Como te dizer eu te amo à noite

"How to say I love you at night", de Andree Ljutica (2020) excelente curta de suspense LGBTQIAP+, "Como te dizer eu te amo à noite" é todo realizado em um único plano sequência. Logo no início, os credítos iniciais homenageiam "O iluminado", de Kubrick, com os letreiros surgindo ao inverso do formato padrão. A trilha sonora tensa e hipnótica de Augustos Muller, e a fotografia e câmera de Arseni Khachaturan ajudam a dar um tom de thriller psicológico a um filme que supostamente, deveria ser um romance queer. Benny (Mat Vairo) mora em um apartamento com seu roommate, que está trancado no quarto. Benny marcou um encontro com um rapaz que conheceu em um app no seu apartamento. Para sua surpresa, o rapaz, Paul (Chris Petrovsky) surge do nada no apartamento, alegando que um vizinho abriu. aporta para ele na portaria. Paul observa um faca na cozinha, e a conversa entre os dois vai se tornando incômoda para Benny, que entre assustado e repleto de tesão, decide mandar o rapaz embora, que se nega a abandonar o local. Um filme repleto de camadas sociais, falando de xonofobia, diferença de classe e principalmente, uma crítica aos apps de relacionamento, ambientes perigosos para flertes anônimos, reforçado por um ótimo trabalho dos dois atores. A direção de Andree Ljutica, que também escreveu o roteiro e é descendnete de iuguslavos, aproveita cada minuto do filme com bastante tensão.

The devil's bath

"Des Teufels Bad", de Severin Fiala e Veronika Franz (2024) Concorrendo na mostra oficial do Festival de Berlim 2024, "The devil's bath" venceu o Urso de ouro de melhor ftografia para Martin Gschlacht, uma iluminação espetacular para ambientar a Europa rural do século XVIII, através de tochas e luz natural e tendo como pano de fundo a depressão em mulheres, uma doença ainda sem diagnostico na época. As pessoas depressivas eram consideradas pessoas que haviam tomado "Banho com o Diabo" e condenadas. O filme traz como referência histórica os inúmeros casos de mulheres com tendências suicidas nos séculos XVII e XVIII por conta de depressão, e que, por conta da religiosidade cristã que condenava ao inferno quem tirava a sua própria vida, assassinavam crianças, acreditando que, ao tirarem a vida de um ser humano puro, um "anjo", ao pedirem perdão a Deus e ao Padre, tinham liberada a sua entrada no Paraíso. Co-produzido pela Áustria e Alemanha, o filme não deve sre visto por pessoas que tenham sensibilidade ao tema de infanticídio, pois o filme reserva 2 cenas brutais. Agnes (Anja Plaschg) é uma jovem rural que se casa com Wolf (David Scheid), acreditando que encontrará felicidade e que poderá prover um filho ao casal. Mas para surpresa de Agnes, na noite de núpicas, Wolf a evita. Ao ir atrás dele, ela descobre ele bebendo e dançando com homens. A mãe de Wolf acusa Agnes de não conseguir engravidar, e pressionada, Agnes vai entrando em uma espiral de melancolia e forte depressão. A atriz Anja Plaschg está visceral no papel de Agnes, e em uma cena específica com o Padre, elaa está arrebatadora. Além da fotografia, a direção de arte, figurino e maquiagem sao exemplares e impressionam pelo detalhamento. Toda a cena final lembra "O homem de palha"em sua bizarrice e horror.

sábado, 29 de junho de 2024

Luzes azuis

"Luces zules", de Lucas Santa Ana (2024) Drama argentino LGBTQIAP+, "Luzes azuis"tem uma estrutura semelhante a alguns clássicos de Ettore Scola e até mesmo do cult "Os rapazes da banda". O filme certamente poderia render uma ótima peça de teatro, com 11 atores em cena, um texto escrito por Gustavo Pecoraro. Em Buenos Aires, o casal gay Alejandro (Ernesto Larrese) e Pedro (Claudio da Passano). decidem convidar 10 amigos para um jantar em sua casa, para comemorar os 70 anos do aniversário de Alejandro. Entre os casais, existe uma diversidade de idadese gêneros: 1 casal hetero de meia idade; 1 casal lésbico jovem; 1 casal jovem gay ( um deles, namorado do outro rapaz); 1 casal gay estilo urso de meia idade; e Roberto, o amigo de terceira idade, cujo marido faleceu há 10 anos e que recentemente contraiu HIV. Nessa noite, que era para ser de celebração, muitas alegrias, e também tristeza, frustrações e segredos irão circular, fazendo com que todos saiam da casa transformados. Para quem gosta de um filme teatral, todo em um único ambiente, e personificado por bons atores, irá pareciar o filme. Para quem não curte filmes dialogados demais e sente falta de ambientações extrenas, melhor evitar.

Birder

"Birder", de Nate Dushku (2023) Thriller erótico LGBTQIAP+, "Birder" busca referências no cult francês "Um estranho no lago", com cenas quase explícitas de sexo enovlvendo um serial killer que mata seus parceiros durante o orgasmo. Premiado em Melbourne como melhor filme pelo júri popular, o filme foi rodado em New Hampshire. Kristian ( Michael Emery ) é um observador de pássaros. Ele segue em direção ao acampamento Lotus Cave, conhecido por ser um campo de nudismo queer. Chegando lá, ele é muito bem recebido pelos gays com apetite voraz pelo sexo, uma vez que Kristian é bonito e bem dotado e bastante sedutor. Uma guarda florestal, Delilah (Delilah DuBois), o alerta que pessoas têm desaparecido na região. O filme é bem ousado no sexo, mas curisamente, econômico na violência. As cenas de Kristian matando seus parceiros são bastante ingênuas, talvez seja proposital como quebra de expectativa do diretor para um público que espera algo mais brutal. As locações de New Hampshore são bem apropriadas para filmes slashers tipo "Sexta feira 13", com lago, acampamento, pier, etc. O filme é sexy, mas o que certamente prejudica a narrativa é o elenco, muito fraco. O final é inesperado e é curioso, com um plot twist.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Matchmaking

"Matchmaking", de Erez Tadmor (2022) Uma versão de "Romeu e Julieta" judaica contemporânea, "Matchmaking" foi um enorme sucesso de crítica e público em Israel. Uma divertida e emocionante comédia romântica, o filme apresenta o amor impossível e não aprovado entre 2 jovens de famílias judaicas de origens distintas: Moti Bernstein (Amit Rahav) é um estudante de yeshiva de uma conhecida e respeitada família Ashkenazi (européia). Nechama (Liana Ayoun) é a melhor amiga da irmã de Moti, e é de família Mizrahi (Oriente Médio). As duas famílias são ultraortodoxas e não se misturam. Moti atinge a maioridade e deve começar a procurar pro uma esposa. Seus pais contratam um casamenteiro que procura organizar encontros de Moti com diversas garotas aprovadas por ambas as famílias para o casamento. Mas Moti somente tem olhos para Nechama, e ambos sabem que esse amor jamais será aprovado. Baruch (Maor Schwietzer) é o melhor amigo de Moti e procura ajudá-lo. Eu amo filmes israelenses e "MAtchmaking" traz muitas informações re;evantes sobre cultura e hábitos tradicionais e conservadores dos ultraortodoxos. O elenco é todo excelente e a direção e roteiro de Erez Tadmor trazem bom ritmo e boa dinâmica entre elenco e o humor, que mesmo sendo bastante regional, podemos entender sem grande dificuldade.

In a violent nature

"In a violent nature", de Chris Nash (2024) Certamente, a cena mais violenta de um slasher, a mais horripilante, grotesca e sanguinária pertence. a esse filme escrito e dirigido por Chris Nash. "In a violent nature" é um indie que fez um enorme sucesso em Sundance 2024. Assumidamente uma homenagem à 'Sexta feira 13"e a Jason, o cineasta mudou totalmente o conceito do gênero ao colocar todo o filme pelo ponto de vista do serial killer, e assim, rompendo com a cartilha de um slasher, onde a câmera sempre estava a favor da vítima, criando uma tensão e desenpero que o espectador compatuava, até o golpe final. Nash, no conteúdo, não muda nada: a mesma história de grupo de jovens que vao até um acampamento igual a Crystal lake, e vai sendo morto um a um, com direito à clássica cena dos jovens narrando a história do assasino à beira da figeuira de noite e as decisões estúpidas dos personagens. A forma é que revoluciona: Nash se apropriou, e isso ele diz, da narrativa da obra prima de Gus Van Sant, 'Elefante", onde a câmera acompanha ad infinitum o personagem por intermináveis caminhadas até chegar em seu destino. Muitos espectadores criticaram a falra de ritmo ddo filme, dizendo que 90% dele são caminhadas sem fim pela floresta. Existem 2 formas de se ver ao filme: ou voc6e aprecia o conceiuto artístico d aprodução, e aquebra de epxectativas, ou voc6e dá um fastforward e vai direto nas cenas de assassinato. De qualquer forma, o espectador será premiado com algumas das mais chocantes mortes do cinema, daquelas de fechar os olhoss, gritar e faalar: 'Caralho!!!!!". O final, rompendo a narrativa, é um primor, um nível de tensão absurdo e que homenageia outro clássico, 'O massacre da serra elétrica".

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Honey to the moon

"Honey to the moon", de Rob Woodcox (2023) Escrito, dirigido e fotografado pelo fotógrafo americano Rob Woodcox, "Honey to the moon" é uma produção mexicana financiada por um patrocinador de criptoarte chamado Art on Internet (AOI), que já mantinha relações comerciais com Rob ao adquirir várias de suas fotos. O filme é um poema visual, um filme arte repleto de surrealismo e de belas imagens captadas na natureza do México. O filme, sem diálogos, procura descrever o amor entre o Sol e a Lua, um amor impossível que desestabiliza a harmonia do universo. O Sol e a Lua são representados por atores negros queer, totalmente nús. O filme é todo formado por simbolismos e é melhor apreciado como uma instalação artística do que como dramaturgia.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Gays don't play football

"Homo's Voetballen Niet", de Gavin Fiano Fabri (2019) Curta LGBTQIAP+ holandês, "Gays don't play football" tem um roteiro simples e bastante diático. David é um adolescente. Ele é capitão do time de futebol, e seu pai é o treinador. O treinador e uma figura bastante machista e mau homorada. Um dia, um novo jogador, Frankie, chega para o time. Ele começa a demonstrar interesse por David, que teme sair do armário e desagradar seu pai. Um filme com uma bela mensagem e um desfecho happy ending. Na verdade, pela trajetória do pai, o desfceho ficou bem falso e incoerente. Mas acredito que o filme tenha sido realizado para passar uma boa mensagem para os epsectadores, e se for isso, tá tudo certo, valeu super a intenção. De ruim, é a interpretação do elenco, todos bem fracos, principalmente o treinador, muuito exagerado.

Estranho é o que não é estranho

"Raro el que no es raro", de Cristopher Carballo (2015) Premiado curta LGBTQIAP+ mexicano, "Estranho é o que não é estranho" é um romance ultra mega fofo,, quase um conto de fadas sobre um amor que parecia impossível, dentro do universo teen. Em uma festa na piscina, vários jovens se divertem. Entre eles, Alex (Luis Rivas) e sua amiga Luisa. Jéssica, a bitch, tem um namorado desejado por todo mundo, Samuel (David Bernal). Jessica fez uma aposta com todos os amigos de que todo mundo poderia beijar Samuel, contra a vontade dele, menos Alex, que tem uma rivalidade com Jessica. O filme tem uma narrativa simples, mas a forma como o cineasta Cristopher Carballlo apresenta essa história é recheada com estilo às vezes publicitário, lembrando o cinema d eEsmir Filho, com imagens abstratas que trazem conotação de sentimentos.

terça-feira, 25 de junho de 2024

O jantar

"La cena", de Jesus Martinez Nota (2023) Vencedor de mais de 20 prêmios internacionais, "O jantar" é uma divertida comédia espanhola com diálogos surreais em um jantar na presença dos pais e do filho. O filme, escrito e dirigido por Jesus Martinez Nota, renderia uma ótima peça de teatro com 3 atores. Javier Bodalo interpreta o filho. Carmen Navarro e Nacho Camarro interpretam os pais. O filme parte de uma premissa maluca e surreal. O filho, durante um jantar trivial com seus pais, decide se abrir e dizer que é gay. Para sua surpresa, os pais não sabem o que é ser gay, nem o que é homossexual. O pai relativiza, dizendo que no serviço militar, era comum deitar na mesma cama com outros homens. Mas o filho epxlica que é diferente, que ele faz sexo. Os pais se espantam, perguntam como fazem sexo se o homem não tem vagina, e o filho diz que é pelo ânus. Apartir daí, a conversa segue por diálogos bizarros e surreais, e sempre engraçados. Por um primeiro olhar, o filme pode parecer uma piaga de mau gosto, ou um filme homofóbico ou que despreza a comunidade queer. Mas não é nada disso. De forma inteligente e interpretado por 3 atores hilários, o filme provoca o público conservador, fazendo uma baita reflexão sobre questão de gênero e de orientação sexual.

El dance off

'El dance off", de Nicolas Keller Sarmiento (2023) Curta argentino LGBTQIAP+ bastante simpástico e que traz referência de "Billy Elliot". Ernesto (Valentim Gerez) é um garoto solitário que passa o dia acompanhando a sua mãe em uma loja de conveniência de estrada. Ele se entretem de tarde dançando que é a sua grande paixão. Ao ir até o banheiro, ele conhece a drag queen Ruby (Nicolas Keller Sarmiento), que está triste por ter sido abandonada pelo namorado. Ao saber do interesse de Ernesto pela dança, Ruby o incentiva a dançar e a se libertar. Comovente e lúdico, o filme lida com sonhos e expectativas, diante uma realidade bastante cruel. O ator que interpreta Ernesto é muito bom, bastante natural e entregue ao papel. A cena musical é linda, realizada com simplicidade mas bem efetiva. O final é sublime.

Stay

"Stay", de King Louie Palomo (2022) Estrelado pela drag queen campeã do Drag race do Canadá, Kendell Gender, "Stay"é um drama romântico LGBTQIAP + escrito e dirigido pelo cineasta filipoino canadense King Louie Palomo. Kendell é a drag Ivy Diamond, famoso no circuito drag e na mídia. Após fazer uma apresnetação em uma casa noturna, ivy discute com seu noivo pelo telefone. Ela acaba conhecendo Ryan (Riley Davis), um artista plástico que levou um toco de sua blind date e convida Ivy para passarem uma noite juntos. Ivy avisa que vai se mudar para outra cidade no dia seguinte, mas a conexão entre os dois é imensa. O filme claramente é inspirado em 'Antes do entardecer", de Richard Linklater: um encontro e uma conversa noite a dentro até a despedida no dia seguinte. É um filme honesto, respeitoso e apaixonante pela sincerdidade que mostra um relacionamento casual, protagonizado por uma personagem drag.

Crônicas do Irã

"Ayeh haye zamini", de Ali Asgari e Alireza Khatami (2023) Concorrendo na Mostra Un certain regard no Festival de Cannes 2023, 'Crônicas do Irã" é um drama com toques de comédia social e provocação. Fico bastante curioso em saber como foi possível realizar esse filme no país. Ele apresenta através de umas 12 vinhetas, cada uma protagonizada por um ator ou atriz de idades variadas, apresnetando um painel bastante realista da sociedade no Irã, um país extremamente conservador, misógeno, machista e religioso fanático. A 1a vinheta é de um pai que quer batizar seu filho recme nascido de Davi, mas o escrivão diz que é proibido por ser um nome ocidental, a 2a vinheta, que foi a que mais gostei, mostra um menina de uns 10 anos dançando com fone de ouvido e usando malha do Mickey, que está em uma loja e a mãe a obriga a usar Hijab, pois na escola agora será obrigatíro para a idade dela; são vários os temas, que vão de assédio a abuso de poder. Uma das vinhetas mais provocativas é a do cineasta que precisa adaptar o seu roteiro ao crivo de um censor. Cada vinheta é composta de apenas 1 plano fixo, e não vemos a pessoa que interroga. É um reflexo do poder, representado por uma voz em off. Fico admirado com a originalidade, a qualidade dos diálogos e principalmente, o talento absurdo dos atores iranianos. Um filme obrigatório.

Maio dezembro janeiro

"May december january", de Mac Alejandre (2022) Drama romântico LGBTQIAP+ filipino, "May december january" é um melodrama BL (boy lovers). Pol e Migoy são melhores amigos. Pol mora com sua mãe Claire, que é divorciada. Pol tem paixão platônica por Migoy, mas ele acaba tendo um relacionamento insperado com a mãe de Pol, o que o afeta. Pol tem um problema de coração congênito e tem pouco tempo de vida. Claire faz um pedido para Migoy: que ele realize o desejo do filho de perder a sua virgindade com a pessoa que ele mais ama na vida. O filme é bem convencional na narrativa, com uma direção que privilegia as atuações e os detalhes de arte como se estivesse contando uma novela. Mas é divertido os exageros feitos para exaltar a dramaticidade da história. A cena de sexo entre os amigos é o ponto alto do filme e realizado com elegância e bastante tesão.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Stay lost

'Stay lost", de Chris Coats (2023) O cineasta Chris Coats realiza um drama romântico LGBTQIAP+ indie, e teve a sorte de contar com 2 jovens talentos que despontsram em produções de sucesso, Keiynan Lonsdale ( de "Love, Simon") e Lukas Gage ( de "Euphoria"e "The white lotus"). O filme, rodado em Los Angeles, traz um jovem sem perspectiva de futuro, tendo que trabalhar em jornada dupla para ajudar com as despesas de casa. Ele encontra na rua um jovem hippe (Gage), que o convence a abandonar tudo e seguir com ele até uma comunidade queer, onde os moradores habitam em trailers. Ali, com a liberdade finalmenre eexposta e apaixonados, os dois decidem seguir pelas estradas americanas. Impossível não associar esse filme a "Nomadland" e esse fascínio de homeless em serem nômades, de estarem sempre seguindo estradas e novos caminhos, pegando carona e morando de favor em acampamentos. É um filme bonito, delicado, feito com carinho e paixão pelos personagens. É o retrato de uma América de uma geração sem ambição, que quer viver com amor e pelo amor.

Furiosa- Uma saga Mad Max

"Furiosa- A Mad Max saga", de George Miller (2024) Lançado em 2015, "Mad Max- a estrada da fúria" foi um estrondoso sucesso de crítica e público, coocando o filme na indicação de vários Oscar, incluindo filme, diretor e atriz para Charlize Theron. "Furiosa" é um prequel e na franquia, estaria 20 anos antes de "A estrada da fúria". O filme tem um prólogo que anuncia como a terra se tornou um lugar inóspito, e de como os sobreviventes lutaram para sobreviver. Furiosa tem a sua mãe morta por Dementus (Chris Hemswoth) e fará de tudo para vingar a sua morte. O filem é ousado: Anya Taylor Jor está em toda a campanha de marketing do filme, e no entanto, ela só surge em 1 hora de filme! Até lá, o filme é dominado por Alyla browne, que interpreta ela adolescente, e por Chris Hemswoth. Sim, o filme traz todas aquelas cenas de ação de encher os olhos, a violência, mas para mim, ficou bastante deja vu. Longo, com 2:30 horas, o roteiro ficou confuso para mim, com personagens que entravam e saíam e eu tentando entender o que eles eram d efato. Decidi focar apenas na Furiosa e em seu desejo de vingança. No mais, é muita porradaria, perseguição e CGI que por incrível que pareça, parecem de qualidade inferior ao filme de 2015.

The last post office

"The last post office", de Aung Rakhine (2018) Concorrendo no prestigiado Festival de Clermond Ferrant, "the last post office" é um curta LGBTQIAP+ vindo de Bangladesh, e que trabalha com o realismo fantástico e o horror. Com reminiscências de "O sétimo selo" de Bergman, com uma atmosfera de um conto de fadas macabro, o filme apresenta umn Posto dos correios, o único sinal de civilização de uma região extremamente pobre, localizado entre as montanhas e o rio. Os atendentes do posto que trabalharam lá desapareceram misteriosamente. Outros dois são colocados em seu lugar. Eles são amantes e vivem em paz e harmonia os seus dias no local. Um dia, um homem misterioso chega ao local, e propõe um jogo para os dois homens. O filme traz poucos diálogos e muita atmosfera. A primeira parte apresenta a rotina dos homens, com belas cenas de romance. Na segunda parte, com a chegada do homem misterioso, o filme aposta no suspense em um final imprevisível. É instigante e com belíssima fotografia.

Crítico

"Crítico", de Kleber Mendonça Filho (2008) Primeiro longa dirigido pelo cineasta a crítico de cinema Kleber Mendonça Filho, "Crítico" foi lançado em 2008 e é um projeto bastante curioso e instigante. Durante 8 anos, Kleber Mendonça viajou para vários Fetsuvais, entre eles, Cannes, Veneza e Berlim, e entrevistou os realizadores e críticos de cinema para o embate mais polêmico de todos dentro do audiovisual: afinal, como lidar com a crítica negativa aos seus filmes? O crítico francês Pierre Murat, do Telerama da França, explica:"É mais fácil criticar quando voc6e não gosta do filme, o ser humano é assim, é mais fácil ser malvado..."" O filme abre com uma cartela: "Uma vez, o jornalista Michel Polac falou para Godard: "Estou cada vez mais gostando de seus filmes. Será que sou eu que estou progredindo, ou é você?". Ao que Godard repsondeu: "é claro que é você". Muitos realizadores famosos dão depoimentos e falam de sua relação conturbada com a crítica: Gus Van Sant, Carlos Saura, Walter Salles, João Moreira Salles, Andrucha Waddington, Beto Brandt, Eli Suleiman, Catherine Hedwick, Tom Twyker, os irmãos Farrelly, Marcelo Gomes, Karin Ainouz, Eduardo Coutinho, Hector Babenco, entre outros. Fernando Meirelles e Carlso Reichembach comentam sobre críticas onde os autores falam sobre filmes que eles gosytariam que fosse, e não criticam o que viram. João Salles diz que críticos como Pauline Kael ajudaram a levantar carreiras de cineastas nos anos 70 como Scorsese e Sam Peckimpah. Mas o melhor momento são 2 depoimentos de Samuel L. Jackson: em um deles, ele cita uma crítica ao seu trabalho como ator, mas ele questiona o crítico, que não sabe se a performance foi do ator ou se o diretor pediu aquela performance pelo conceito, ou seja, quem deveria ser criticado é o diretor, e não o ator. Outro momento, constrangedor, é quando um crítico pede para Samuel falar sobre uma cena de "Matrix", e Samuel, elegantemente, corrige o jornalista, dizendo que é Lawrence Fishburne que tá no filme, e não ele.

domingo, 23 de junho de 2024

O oitavo dia

"The eighth day", de Jonah Weinstein (2023) Na tradição judaica, Brit milá é a cerimônia religiosa na qual o prepúcio dos recém-nascidos é cortado ao oitavo dia como símbolo da aliança entre Deus e o povo de Israel. Costuma-se realizar o brit em um café da manhã festivo. Na comédia "O oitavo dia", a família do casal gay Noah (Yair Ben-Dor) e Jonah (Jonah Weistein) receebem os parentes para a cerimônia do Brit Milá. Mas para surpresa de todos, o casal não quer fazer a circuncisão, o que deflagra uma discussão com os pais do casal, que são tradionalistas. Deliciosa comédia com elenco todo formado por atores judeus e uma linda celebração com direito à comida típica e canções, o filme é uma diversão, além de colocar em pauta temas como tradição e quebra de paradigmas. O fato da celebração ser do filho inseminado de um casal gay já é um grande progresso, e o filme busca faezr uma ponte entre as gerações. Ótimos atores e um ritmo bem dinâmico na montagem, com uma fotografia trazendo tons vintage anos 70 ao filme.

Totens

"Totems", de Arthur Cahn (2023) Drama LGBTQIAP+ francês, "Totens" renderia uma excelente peça de teatro se acrescentar algumas cenas a mais. É uma história comovente com toques de humor sobre Bastien, jovem gay que morreu. Seus 4 amigos inseparáveis, Paul (Arthur chan), Delphine (Victorie du Bois), Cyrill (Solal Forte) e Eve (Lucie Gallo) estão em seu velório, na casa da mãe de Bastien, Marianne (Anne Alvaro). Ela diz que de noite irá na casa de Bastien para arrumar as coisas deles. Cyrill, secretamente, alerta os amigos que eles deverão ir na casa de Bastien antes de Marianne para retirar a coleção de vibradores que Bastien tem, para que MArianne não tenha impressão ruim do filho. Ao mesmo tempo, Paul, que sempre teve paixão platônica não correspondida por Bastien, lamenta não ter tido um relacionamento com ele. O filme tem diálogos excelentes, transitando entre a melancolia e a tristeza da perda de um amigo em tão tenra idade, e também, alegria pelos momentso felizes e sinceros que passaram juntos. Assim como o clássico "O rrencontro", de Lawrence Kasdan, o filme é uma ode à amizade. O filme reserva uma cena primorosa, um monólogo de Marianne, em brilhante performance de Anne Alvaro.

Metamorphosis

"Metamorphosis", de J.E. Tiglao (2019) Premiado em diversos festivais de gênero, "Metamorphosis" é um ótimo drama LGBTQIAP+ filipino, que traz um tema ainda bastante tabu: o intersexo. Adam (Gold Aceron) é um adolescente feliz com seus pais, o pastor Edgar (Ricky Davao) e sua mãe, Elena (Yayo Aguila). Na escola, ele é popular e valentão. Um dia, na aula, ele fica amigo da nova aluna Angel, (Iana Bernardez), mais velha. Ele começa asentir um interesse por ela. Estranhamente, em uma manhã, Adam acorda menstruado. Seus pais o levam até o médico e ao fazer testes, ele precisa avaliar qual o nível de hermafroditismo é Adam. Mas Adam, confuso a partir de agora com a sua própria sexualidade e orientação sexual, passa a se mostrar interessado também no médico, sem saber se ele será gay se ficar com o médico, ou lésbica se ficar com Angel. Seu pai, no entanto, quer que Adam faça cirurgia para resignação feminina, ao contrário de sua esposa, que quer que ele próprio decida. Um filme ousado nas cenas de sexualidade e na decsoberta de seu próprio corpo, "Metamorphosis" traz atuações sólidas para uma trama complexa e que certamente merece debates. A fotografia é deslumbrante, com cores fortes, bem ao estilo Wong Kar Wai, e a delicadeza e respeito com que o roteiro e direção de J. E. Tiglao lida com o tema é digno d enota. A cena final , no baile da escola, é comovente.

Ticker

"Ticker", de Thom Petty (2023) Premiado curta LGBTQIAP+ inglês, "Ticker" é um comovente drama sobre um casal gay idoso, Howard e Joseph. Casados há mais de 40 anos, os dois se cuidam e moram em uma fazenda na linda região de Staffordshire, Reino Unido. Um dia na vida de rotina de ambos, mas Joseph começa a se sentir mal. Howard o leva até o hospital, onde ele deverá fazer uma cirurgia de alto risco. No caminho para o hospital, Howard e Joseph encontram uma fita cassete antiga, onde está gravada a música 'Don't eleave me this way", do the Communards. Um filme lindo, que mostra um dia comum na vida de duas pessoas apaixonadas. mas o carinho de Howard, pressentindo que Joseph não irá resistir à cirurgia, e os dois cantando a música simbólica 'Don't leave me this way", é arrebatador. Somente essa cena já vale assistir ao filme. E com performances densas e apaixonantes dps dois atores, Paul Copler e Ian Gelder.

Encontrando juntos

"Encontrando juntos", de Luis Fernando Midence (2021) Raro drama LGBTQIAP+ vindo da Guatemala, "Encontrando juntos" ficcionaliza a história real de Bryan Valladares e Erick Letona: Bryan é técnico de computação, e Erick é sócio de uma academia de ginástica. Eles se conhecem um mês antes de decretada a pandemia da Covid no mundo. Quando vem o lockdoww, o casal precia aprender a conviver juntos no mesmo espaço, respeitar as atividades do outro e mais: entender como a distância irá fazer manter o romance, depois que Erick é obrigado a se mudar de cidade, por falta de emprego. "Encontrando juntos" é um filme de narrativa simples, apresentando um drama familiar a todo mundo, independente de sua orientação sexual, diante da tragédia que é a Covid na vida de toda a população e de como ainda estamos precisando entender o relacionamento com as pessoas. O filme foi todo realizado durante o lockdown, portanto as situações são bme realistas e sem um futuro definido.

Troca de pele

'Aus der haut", de Stefan Schaller (2015) Premiado drama LGBTQIAP+ co-produzido pela Alemanha e Áustria, "Troca de pele" traz o tenso e difícil relato de um adolescente de 17 anos, Milan (Merlin Rose), que se descobre homosssexual e apaixonado pelo sue melhor amigo. Revoltado com sua descoberta, ele se torna rebelde, brigando com seus amigos, seus pais, sua namorada e fazendo da vida de todos um inferno, até que ele conhece um homem mais velho, com quem manterá um relacionamento abusivo. Não é fácil assistir ao filme. Milan é o contrário de muitos filmes teens onde a descoberta da sexualidade é um alívio para o protagonista. Aqui, um tema complexo, a da não aceitação, da vergonha, da sensação de culpa e de não poder ter controle sobre si mesmo. O ator Merlin rose realiza um excelente trabalho em um personagem muito complexo. Os atores que interpretam seus pais também são excelentes, e a trajetória de Milan fazendo com que seus pais entrem emd eclínio no relacionamento, é um sub-plot também comovente e desolador.

Clube dos vândalos

"The bikeriders", de Jeff Nichols (2024) Adaptado do livro de fotos "The bikeriders", de Danny Lyon, "Clube dos vândalos" é facilmente identificável como uma homenagem ao clássico de MArlon Brando, "O selvafehm". Danny Lyon fotografou de 1965 a 1973 motoqueiros de um clube, que aqui no filme se chama "Clube dos vâbdalos", localizado em um bar em Chicago, e que tem como fundador e mentor Jonnhy (Tom Hardy). O próprio danny Lyon fez parte do grupo. Assim como em "O selvagem", a trama conta a história de uma jovem "careta", Kathy (Jodie Comer), que se apaixona por um motoqueiro rebelde, Benny (Austin Butler). Claro que existem brigas de gangues rivais. O filme procura romantizar a vida regrada a álcool e brigas violentas dos motoqueiros, prezando o niilismoe. a liberdade. Jeff Nichols é diretor dos ótimos "O abrigo", "Amor bandido" e "Loving", e com "Clube dos vândalos", ele traz como pano de fundo essa America efervescente que transita dos anos 60 a 70, mergulhando em drogas, guerra do Vietnã e perdendo a sua inocência de vez. O filme é bom, tem ótimas atuações e um elenco de apoio luxuoso, com Michael Shannon (que já havia protagonizado "O abrigo", do mesmo Jeff Nichols, Norman Reedus ( o Daryl de "The walkind dead", Karl Gluzman ( de "Love", de Gaspar Noé, entre outros. Mas o ritmo muito arrastado do filme, principalmente a partir do meio em diante, entendia bastante.

Ram (Like the verb)

"Ram (Like the verb", de Chance Callowey (2024) Curta LGBTQIAP+ todo realizado em rotoscopia: o diretor Chance Callowey rodou o filme durante a pandemia com atores e depois, fez um trabalho de pós-produção transformando em animação. O filme traz o ator Charlit Dae interpretando o ator asiático Ram Takada, gay assumido e afeminado, que fa zuma entrevista para um processo de seleção para um reality show. Instigado pelo entrevistador a falar abertamente sobre si, com intimidade, Ram se expõe a falar sobre a sua sexualidade e sobere ser asiático, e em todas as situações, ele explana sobre o preconceito que sofre. Os diálogos desse filme são muito bons e abertamente francos: em determinado momento, ao narrar uma noite de sexo com um rapaz, Ram diz querer ser o ativo e o rapaz diz que ele quer ser o ativo, e estranha o fato de Ram ser afeminado e querer fazer o papel de ativo. O filme explora bastante a inversão de expectativas. A técnica empregada de animação é caseira, mas muito interessante e traz um contesto visual que parece fazer uma crítica ao universo fútil dos realities. Excelente atuação de Chatlit Rae no papel principal.

The white crows

"Les corneilles blanches", de Denis Liakhov (2023) Excelente drama LGBTQIAP+ que renderia uma ótima peça de teatro. O filme tem diálogos muito bons, envolvendo o jovem Vlad (Vladislav Botnaru), estudante de física em Moscou que retorna para sua cidade do interior para visitar sua família. Vlad é gay enrustido, e sabe que na Rússica a perseguição à comunidade queer é passível de prisão. Ao chegar na cidade, ele é recebido por seu irmão Liokha e os amigos dele, todos machistas e tóxicos. Ele prepara uma surpresa para Vlad: levá-lo à sauna e passar a noite com a prostituta Cristina (Julia Antoshchuk). A confoidenciar para ela que é gay, ela o ajuda e no quarto, ambos conversam sobre as suas vidas de segredos. Ela é estudante de história, mas trabalha como prostituta por dinheiro, e não quer ser julgada por Vlad. Com excelentes atores, o filme foi todo rodado na Estônia e tra zuma visão bastante melancólica sobre ser gay na Rússia. Em uma cena, Vlad diz à Cristina que o irmão o pegou aos 13 anos dançando Beyonce, e que se ele se torna-se gay, o irmão o mataria. Essa criação conservadora e cruel é reflexo de um governo que emitiu uma lei que proíbe a propaganda gay no país. O final é arrebatador e emocionante.

Some kind of Paradise

"Some kind of paradise", de Nicholas Finegan (2023) Concorrendo no Festival de Tribeca, 'Some kind of paradise" busca referências em 2 clássicos Lgbt: "Happy together", de Wong Kar Wai, e "Brockeback mountain", de Ang Lee. Com poucos diálogos e uma bela fotografia, o filme apresenta Arkansas, Texas, uma região desértica e conservadora, onde a lei da masculinidade tóxica impera. Ali mora Tyler (John Brodsky), um cowboy que trabalha em um bar e mora sozinho em um trailer. Solitário, ele faz pegação por app e é adepto do sexo sem compromissos. Até que uma equipe de filmagem vem rodar cenas na região, e Tyler conhece Rafael (Gabriel Levya), ator do filme , com quem começa a se relacionar, apesar de Rafael ser romântico e querer algo a mais. Um lindo filme que fala sobre romantismo dentro do universo queer. O filme também mostra as relações via app que visam apenas o sexo, em intensas cenas de erotismo. Mas o que chama mais atenção no filme é justamente a sua cinematografia, rebuscada com enquadramentos e iluminação, que tornam ainda mais melancólica a experi6encia de vivenciar um amor triste e sem perspectivas.

O primeiro beijo

"El primer beso", de Miguel Lafuente (2023) Que fofura esse drama adolescente LGBTQIAP+ espanhol. Rodado no bairro gay de Chuenca em Madrid, o filme traz belos carttões postais do bairro, embalando um primeiro encontro de dois jovens adolescentes que se conheceram online: Andi (Julio Bohigas-Couto) e Nestor (Aritz Itoiz). É sintonia e paixão `aprimeira vista. Andi mora na periferia de MAdri, Torrejón, com seu irmão mais velho, Raul (Álvaro Lucas) e a mãe (Fátima Baeza). Raul é o único que sabe que Andi é gay e dá apoio total ao irmão em seu primeiro encontro. Mas de noite, ao se despedirem com um beijo, os dois são atacados por uma gangue homofóbica. O filme poderia terminar em tragédia, mas prefere mostrar um susto e acreditar que os jovens devem e podem ser felizes. O personagem do irmão e da mãe são maravilhosos, apaixonantes. Um filme que faz o adolescente queer acreditar que sim, pode amar e ser feliz.

sábado, 22 de junho de 2024

Muscat

"Muscat", de Philippe Grenier (2023) Premiado curta LGBTQIAP+ canadense, "Muscat" é todo rodado no Marrocos. Em uma comunidade pobre pesqueira, mora Samir (Ilyes Tarmasti), um adolescente de 16 anos. Ele mora com seu irmão mais velho, Nassim, rebelde e homofóbico, e a mãe deles. Na feira de peixes, um casal francês, Louis (Alexandre Bergeron) e Marie (Aline Winant) que Samir, no entanto, ver aquele francês sedutor é paixão à primeira vista. Esse filme me surpreendeu por terminar de forma trágica, deixando claro a mensagem contra o colonialismo da França perante o Marrocos. O filme é belamente fotografado e traz uma ótima interação entre Ilyes Tarmasti e o mundo inóspito que o rodeia.

Bandida - A número um

"Bandida- A número um", de João Wainer (2024) Adaptação do livro autobiográfico escrito por Raquel de Oliveira, moradora da Rocinha e considerada a primeira traficante que comandou o morro nos anos 80, "Bandida- a número 1" traz de imediato 2 filmes icônicos do favela movie: "Cidade de Deus" e "tropa de elite". Do 1o filme, vem a narrativa que apresenta um grupo de adolescentes da Rocinha considerados melhores amigos, e que ao crescer no meio da bandidagem, revelam-se inimigos, e também, todo o visual estético e trabalho de câmera estilizada de Miguel Wassy, que tem em seu currículo video clips de cantoras como Anitta e seu "Funk rave", e de onde vem a inspiração do Favela style; e de "tropa de elite", vem o flash forward no início, mostrando o ponto alto que é o tiroteio onde Rebeca pode ser morta em uma emboscada e a sua narração em off, deixando claro de quem é o protagonismo. Vendida ainda criança por sua avó viciada em jogatina para o traficante Amoroso (Millehm Cortaz), que junto da polícia vende maconha nos anos 70, e a sua guerra com del Rey (Otto), que quer comandar o morro e trazer a cocaína e as drogas pesadas. Crescendo em um ambiente violento e misógeno, Rebeca precisa lutar para mostrar sua dignidade, e acaba se apaixonando por Pará (Jean Amorim), traficante do grupo de Del Rey. Nesse universo meio Romeu e Julieta, sobram espaço para um time de excelentes atores mostrarem seu talento: Natalia Lage, além de um grupo de jovens atores muito bons que interpretam os traficantes dos grupos rivais.

Miles

"Miles", de Christopher Sampson (2017) Premiado curta LGBTQIAP+ australiano, "Miles" é um delicado filme sobre luto, amizade e paixão platônica. O sofrimento dos personagens é tanto pela perda de um ente querido, quanto pelo fato de não ter coragem de expôr ao melhor amigo o quanto que ele o ama. Rodado em lindas locações na praia de Queensland, Austrália, o filme acompanha 3 amigos: Michael (Jye Whatson), sua namorada Ash (Madi Jennings) e Ed (Nathan Draman), melhor amigo de ambos e assumiodamente gay. Quando o pai de Michael morre, ele decide enfrentar seu luto pegando o carro com Ash e Ed e seguir até a praia, para passar um dia ali. Mas Ed decide que também é hora de abrir o seu coração para Michael. Com boas performances, o filme tem poucos diálogos e lindo visual, além de uma fotografia que acentua o tom de melancolia da produção. O roteiro é simples e óbvio, mas a direção delicada e uma edição que privilegia os tempos d eolhar fazem a diferença. E que ator bonito é esse Jye Whatson, impossível não tirar os olhos dele.

Mascarpone - the rainbow cake

"Maschile plurale", de Alessandro Guida (2024) Continuação do sucesso "Mascarpone", de 2021, o drama romântico LGBTQIAP+ italiano continua apostando em triângulo amoroso, assim como em belas cenas de preparação de confeitaria. A receita do filme é praticamente igual. No filme original, Antonio (Giancarlo Commare) se dividia entre se reinventar, após ser expulso de casa pelo ex-namorado, e descobrir seus dotes colunários ao conhecer Luca (Gianmarco Saurino), dono de uma padaria. Com medo de se envolver novamente em um relacionamento tóxico, Antonio evita se envolver com Luca. Agora nessa continuação, Antonio é um confeiteiro de sucesso, dono de sua própria loha e um influencer famoso. Luca reaparece em sua vida: ele vendeu a padaria e agora administra uma casa para jovens LGBTQIAP+, junto de seu namorado. Mas Antonio decide investir em Luca novamente, arrependido por tê-lo abandonado. Paralelo, uma crítica gastronômica desafia Antonio a relizar algo fora da caixinha, alegando que ele é um confeiteiro de uma nota só. Um bom drama repleto de romance, belos atores e principalmente, muitos doces gostos em cena sendo preparados, o filme é elegante e tecnicamente com linda fotografia e direção de arte. Um filem correto, que irá agradar ao público que esteja interessado em romances lgbt com finais felizes.

It was love to me

"It was love to me", de Raza Rizvi (2023) Curta LGBTQIAP+, "It was love to me" é um filme americano, escrito e dirigido por Raza Rizvi, imigrante paquistanês morando nos Estados Unidos. Ali é um adolescente de 15 anos que estuda tênis. Ele tem crush em Neil, um jogador de 18 anos, que namora Kimberley. Os dois se tornam amigos, mas Ali deseja muito Neil, até que um dia, no quarto de Neil, após ele desabafar sobre sua relação com sua namorada, os dois fazem sexo. Mas Neil vai embora no dia seguinte, e Ali sofre de amor. Um filme simples, com o tema da paixão por um homem idealizado. O que diferencia esse de outros filmes é a ousadia do diretor de inserir um protagonista menor de idade já sexualizado e já tendo experiências sexuais. O filme tem um tom romântico e não vulgariza as ações do personagem. O curioso é a forma como o diretor apresenta Ali, que é escancarado na sua paixão por Neil: ele olha pro rapaz direto nos olhos, fixo, como em um filme de Wes Anderson, aqueles olhares que incomodam qualquer um. É até engraçado.

Le grande chariot

"Le grand chariot", de Philipe Garrel (2023) Prêmio de melhor diretor no Festival de Berlim 2023 para Philipe Garrel, "Le grand chariot" é um filme feito em família: os 3 filhos de Garrel estão no filme. Além de Louis (Louis Garrel), tem as irmãs Martha (Esther Garrel) e Léna (Léna Garrel), todos os três personagens com os nomes dos atores. Eles trabalham para o pai Simon e a avó Gabrielle em uma cia de espetáculo itinerante de marionetes, grande paixão herdada pela família. Mas quando o pai morre, e logo depois, a avó, os irmãos ficam em um dilema entre manter a companhia ou seguirem suas vidas adiante, cada um em seu caminho. Louis deseja ser ator de teatro, enquanto namora a namorada de Pieter, funcionário da companhia. Os filmes de Philipe Garrel geralmente possui um triângulo amoroso e aqui não é diferente. Diferente de seus filmes anteriores, que trazem algum tipo de humor sutil, aqui o filme aposta no drama e nos conflitos de geração e de profissão. Ao mesmo tempo, é uma declaração de amor da família Garrel ao seu ofício, da arte, e das tradições que são passadas de geração a geração. Não fiquei apaixonado pelo filme, até porque é bastante verborrágico e arrastado. Mas ver os 3 irmãos em cena, é bastante curioso, e são bem talentosos.

Divertidamente 2

"Inside out 2", de Kelsey Mann (2024) 9 anos depois de "Divertidamente", vencedor do Oscar de animação, a Pixar lança a 2a parte da franquia, dessa vez, com a protagonista entrando na fase da puberdade, e com ela, novas emoções surgem, dando início a uma fase de incertezas, inseguranças e cobranças. No 1o filme, a protagonista Riley era uma criança e mora com seus pais. Agora, ela faz 13 anos, e tem duas melhores amigas, todas jogadoras do time de Hockey feminino da escola. Quando Riley decsobre que as amigas irão estudar em outra escola, Riley se sente sozinha, e decide que quer fazer parte do time de hockey comandado por uma menina super antenada. Mas Riley precisa da aprovação do time e da técnica, essa cobrança faz com que ela se sinta muito ansiosa. Além da ansiedade, as emoções do tédio, vergonha e inveja surgem, tirando as emoções anteriores do painel de controle: Alegria, Tristeza, medo, nojinho e raiva são jogados para fora do painel de controle, e precisam assumir o comando novamente, antes que Riley tome decisões que irão prejudicá-la na vida. Confesso que gostei bem mais do filme anterior, que incrível que pareça, era bem mais maduro e emocionante que essa continuação, com elementos e tramas mais infantis. Mas ainda assim, é um ótimo passatempo, com boas piadas e personagens carismáticos. Tristeza é a grande paixão do público, uma das personagens mais incríveis criadas pela Pixar. Ansiedade vem também para ganhar a simpatia do espectador, com voz original de Maya Hawke e no Brasil, Tatá Werneck.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Dois é demais em Orlando

"Dois é demais em Orlando", de Rodrigo Van Der Put (2024) Quase todo rodado no Parque da Universal em Orlando, "Dois é demais em Orlando" traz um time de ótimos comediantes para uma sessão da tarde de fazer inveja a quem ainda não conhece o Parque, mas que certamente terá conhecido cada brinquedo, pois o filme explora todos os passatempos do local, com muitas estripulias e confusões protagonizados por Eduardo Sterblicth e Pedro Burgarelli. Eduardo é João, e trabalha para Clara (Luana Martau), divorciada do famoso jogador Ricardo (Anderson di Rizzi) e pais de Carlos Alberto (Pedro Burgarelli), menino sério com postura de adulto e solitário. João é o seu oposto: não teve infância e adolescência e quer agora, já adulto, aproveitar tudo o que não pôde, e já com as férias planejadas para ir ao parque. Mas Clara pede um favor: que João leve Carlos ALberto com ele e deixe com o pai dele, que mora em Orlando. O filme tem ecos de clássicos infantis, como 'Riquinho", mais aqueles filmes de férias onde tudo dá errado. Mas com um sabor bem brasileiro, o filme traz uma ótima produção, que valoriza as locações e deixa aquele gostinho de querer conhecer o parque pessoalmente. Alternando comédia e drama, "Dois é demais em Orlando" é um filme família que pode ser vistos em restrições. No elenco, os talentosos Daniel Furlan, Polly Marinho e Estevan Nabote também contribuem para o passatempo.

Struggle

'Struggle", de Bruce Locke (2010) Drama LGBTQIAP+ canadense, produzido, editado, escrito e dirigido por Bruce Locke. O filme retrata a vida e jovens garotos de programa em Toronto, tendo como protagonista Darren (Jamie Potts). Ele vem do interior e após a morte de sua mãe, ele fica sem rumoe. tenta algo na grande cidade. Sem ter dinheiro e aonde morar, ele é convidado por um grupo de garotos de programa a morar com eles. Entre os rapazes, tem um casal, e Darren acaba se apaixonando por Steve (Arthur Vilner). Todos são achacados pelo cafetão, que obriga Darren a se prostituir. O filme procura recriar a atmosfera e linguagem do cult de Gus Van Sant, "Garotos de programa", com River Phoenix e Keanu reeves interpretando garotos de programa e que se apaixonam. Mas prejudicado por uma direção fraca e atuações amadoras, o filme não seduz nem traz um roteiro com personagens que o espectador torça.

Queendom

"Queendom", de Agniia Galdanova (2023) Um ótimo documentário russo, "Queemdom" concorreu nos prestigiados SXSW e Sundance e ganhou diversos prêmios em festivais de gênero. O filme apresenta a Drag Jenna Marvin, uma artista performática russa que decidiu enfrentar o governo homofóbico e conservador de Putin, que proibiu propaganda LGBTQIAP+ no país, passível de prisão. Sofrendo bullying e ataque da população e da polícia na Rússia, Jenna é obrigada a retornar à sua cidade natal Magadan, no alto das montanhas geladas e, e morar com seus avós que procuram ser compreensivos, mas não entendem a vida do neto. Jenna continua sendo hostilizada em mercados, ruas, pelos vizinhos e toma a decisão de retornar à Russia e continiuar a sua luta, sendo ameaçada de morte. Entendendo que seu destino no país será trágico, Jenna tenta asilo político. A cena inicial, que mostra Jenna, uma grande ativista da rede social e que se veste de forma exuberante, como uma Lady Gaga futurista, andando de salto alto nas ruas repletas de neve escorregadias, já é bem contundente e na simbologia já mostra. aluta política de uma artista queer sozinha contra o mundo. Jenna MArvin é uma figura muito relevante para a resistência da cultura e da comunidade queer na Rússia, mas que infelizmente teve que sair do país por motivos óbvios. Mas como mostra a última cena, Jenna, exilada na França, se mantém combativa e polêmica em seus atos performáticos.

A fox in the night

"A fox in the night", de Keeran Anwar Blessie (2022) Escrito, dirigido, protagonizado e produzido pelo inglês Keeran Anwar Blessie, "A fox in the night" é um premiado curta LGBTQIAP+ filmado no Reino Unido. Um exemplar do black queer film, o filme tem diretor e elenco negros. Lewis (Blessie) é um queer que vai até a casa de um traficante para comprar drogas para uma balada que ele irá de noite. Ao chegar no apartamento, Lewis fica tímido e sem jeito pela situação. O traficante, Daniel (Korey Ryan), é um homem bronco, forte, mas sedutor, Enquanto espera o Uber chegar, Lewis e Daniel conversam na varanda e de forma bastante sutil, fazem um jogo sensual e inesperado. O filem lida bem com a questão do minimalismo e do flerte, dos olhares, tudo bastante sutil e sem ser óbvio. Um filme bonito, charmoso, sexy e jamais de mau gosto.

Burrow

"Burrow", de Leaf Lieber (2023) Curta LGBTQIAP+ americano, "Burrow" parte de uma premissa interessante , mas infelizmente não desenvolve a contento a história que propõe contar. Um ex-soldado, John (Christian Coulson) acredita ser o último sobrevivente da terra. Ele está há anos solitário,e. passa seu tempo divagando e fantasiando sobre a sua sexualidade, se masturbando vendo fotos de homens. Inesperadamente, um dia, surge um homem, Arian (Marc Crousillat), e durante a conversa de ambos, John procura ver uma possibilidade de falar sobre a sua sexualidade e seu desejo por outros homens com Arian, mas teve represália. O filme tem boa fotografia, que acentua a tmosfera de distopia, com tons escuros, e a direção de arte conseguiu dar um visual decadente no projeto de baixo orçamento. Os dois atores são footgênicos e o filme aposta bastante no homoerotismo das imagens. Mas o roteiro pouco se aprofunda na explicação do suposto apocalipse, e o desfecho se torna abrupto.

Cindy Lauper- Let the canary sing

"Cindy Lauper- Let the canary sing", de Alison Ellwood (2024) Documentário que abrange a carreira de Cindy Lauper, nascida em 1953 em Nova York. Nascida em família de classe média baixa, descendente de italianos, Cindy desde pequena conviveu com sua mãe, já que seu pai abandonou a família. Uma de suas irmãs, Ellen, saiu cedo de casa quando se revelou lésbica, e foi importante em fazer Cindy entender a luta dos direitos lgbt. Com constantes brigas com o padrasto, Cindy decidiu morar com ellen e ficu amiga de dois vizinhos, entre eles, Gregory, a quem ela dedicou a música "True colors", que tem como subtexto, o HIV. Cindy demorou para se encontrar na música, e quando decidiu cantar, foi vocalista da banda Blue angel, mas nunca decolaram. Até que conheceu Dave, que se tornou seu agente e namorado, e que a encorajou a manter a sua personalidade incomum e juntos, batalharam por sua carreira solo, até ser contratada para regravar a música "Girls just wanna fun". No disco, ela decidiu ecsrever outras canções, como "Time after time". "Girls just wanna have fun" não aconteceu quando foi lançada, e após um evento na MTv, a música acabou explodindo. Cindy ficou famosa no mundo todo e a música se tornou um hino feminista. A curiosidade fica por conta da música 'She bop", que também foi sucesso, e Cindy mais tarde revelou que a letra falava sobre masturbação feminina. Houve o conviote para a música de "Goonies", produzido por Spielberg, que a fez ganhar fãs mirins e a música se tornou cult. Seu segundo álbum trouxe "True colors". que foi igualmente um hit. Nos anos 90 e 2000 Cindy ficoi vivendo de seus sucessos do passado. Seus discos de dance e de blus não funcionaram para o público. Condy escreveu o musical "Kinky boots", e acabou ganhando um Tony. O documentário fala também sobre sua incursão como atriz: "Vibes" foi um fracasso, e em 1991, ao estrelar "Fora de controle", acabou conhecendo seu marido e pai de seu filho David Thornton. Atualmente, Cindy engaja campanha de acolhimento para jovens queer abandonados e expulsos por sua família.

Viagens na Itália

"Voyages en Italie", de Sophie Letourneur (2023) Em 1954, Roberto Rosselini lançou uma de suas grandes obras-primas, Viagem à Itália", com Ingrid Bergman e George Sanders. O filme foi lançado no meio de um turbilhão de fofocas, com suposta traição de Bergman que estaria namorando o diretor Rosselini e deixando marido e filhos nos Estados Unidos. Isso foi suficiente para que crítica e público execrasse o filme, somente redescoberto anos depois. No filme, um casal viajava à Ita'lia para resolver problemas de herança e também, para reavaliar o seu relacionamento em crise. A própria roteirista e diretora Sophie Letourneur interpreta a protagonista Sophie, casada com Jean Fi (Philippe Katerine), moradores em Paris e pais de um filho pequeno. Sophie sugere ao marido que façam uma viagem para reativar a relação desgastada, e o marido sugere que passem 4 dias na Sicília, convocando a mãe de Sophie para cuidar do filho. Sophie pega o guia de turismo de Routard e segue todos os conselhos turísticos para a viagem. A diretora Sophie Letourneur realizada um filme que alterna drama e momentos de humor de situação, minimalista. OS dois atores têm uma química ótima, e obviamente, as locações apresnetadas são de fazer cair o queixo. Mas o filme é muito, mas muito dialogado, e torna a experiência de se assistir bastante cansativa. Não me seduziu, como achei que fose me divertir.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Lowlifes

"Lowlifes", de Tesh Guttikonda e Mitch Oliver (2024) Terror indie americano, "Lowlifes" parte de premissa de diversos clássicos de terror para fazer um pout purri: "Viagem maldita", "Massacre da serra elétrica", " A noite dos mortos vivos". Pra viariar, o filme começa com uma pessoa correndod esesperada pela floresta e sendo morta. Corta para uma família em um trailer viajando de férias pela estrada: Os pais Keith (Matthew Macaull) e a mãe Kathleen (Elyse Levesque), além dos adolescentes Amy (Amanda Fix) e Jeffrey (Josh Zaharia). Amy é lésbica e Jeffrey está numa idade que anseia pela aprovação de seu pai. No caminho, eles esbarram com 2 jovens locais, Vern (Richard Harmon) e Billy (Ben Sullivan) que estão procurando por seu irmão que está desaparecido. Mais adiante, com o trailer quebrado, a família vai pedir ajuda em uma fazenda, onde moram um homem, suas duas filhas e o marido de um delas. O filme traz inversão de expectativas e logo no início já faz seu plot twist, que não é difícil de adivinhar. O filme reserva muitas cenas gore, o que fará a festa dos fãs de terror. Tem momentos que a tensão acaba trazendo uma bizarrice de humor ácido, tal a louucra proposta pelo roteiro.

Skunk

"Skunk", de Koen Mortier (2023) Baseado em fatos reais, o drama co-produzido por Holanda e Bélgica é adaptado do livro do psiquiatra Geert Taghon. O diretor é o mesmo do ótimo 'Ex-drummer". O filme apresenta o adolescente Liam (Thibauld Dooms), que desde cedo, vive com seus pais desfuncionais. Viciados em drogas, alcool e em orgias, os pais brutalizam constantemente o filho, trancando-o em um quarto minúsculo, com a companhia de uma tv, assistindo a filmes violentos. Um dia, a polícia chega e leva Liam para uma instiuição de delinquentes juvenis, onde a violência continua imperando, com gangues, estupros e jovens suicidas. "Skunk" não difere de dezenas de filmes que apresentam instituições para delinquentes juvenis. O que chama a atenção, é o seu desfecho absolutamente brutal e inesperado, chocante. Até lá, parece um filme dos irmãos Dardenne, com o olhar documental e humanista sobre figuras marginalizadas. A performance do jovem Thibauld Dooms no papel principal é brilhante, intensa e complexa.